XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoPaciente infectados por SARS-CoV2 grave internados em UTI estão sujeitos a infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) principalmente devido aos dispositivos invasivos (ventilação mecânica, acessos vasculares, cateteres urinários, entre outros). Dos microorganismos relacionados às IRAS estão as bactérias Gram positivas, as quais, apresentam espessa camada de peptídeoglicano formando a parede celular e ausência de Lipopolissacarídeos (LPS); os principais gêneros são: Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus.
ObjetivosEsse estudo busca avaliar o perfil de resistência das bactérias Gram positivas causadoras de IRAS em pacientes internados com COVID-19 em Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário do Paraná.
MetodologiaEstudo retrospectivo, observacional e descritivo, incluindo todos os pacientes com confirmação laboratorial de COVID-19, com necessidade de internamento em UTI, que apresentaram IRAS confirmada por culturas e critérios da equipe de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) por bactérias Gram positivas, entre janeiro e dezembro de 2021. Foi analisado o perfil epidemiológico dos pacientes, assim como o desfecho, a incidência dos microorganismos nas culturas e perfil de resistência apresentado.
ResultadosForam analisados prontuários de 836 pacientes. Desses, 81 apresentaram IRAS provocadas por bactérias Gram positivas. Sendo que 60,5% eram homens e 39,5% eram mulheres, com média de idade 53 anos (variando de 19 até 85 anos). Apresentaram, 87 culturas positivas, das quais 67,8% eram Hemocultura, 28,7% cultura de aspirado traqueal e 3,4% Urocultura. Dos patógenos encontrados: 33 culturas positivas para S. aureus, sendo 60,6% (20) MRSA; 36 culturas positivas por Staphylococcus coagulase negativo (17 S. epidermidis; 7 S. haemolyticus; 6 S. hominis; 5 S. capitis; 1 S. warneri), sendo todos resistentes a Oxacilina, não foi encontrado resistência a vancomicina; 18 culturas positivas por Enterococcus (17 E. fecalis; 1 E. faecium), sendo apenas 1 VRE. Dos 81 pacientes inclusos no estudo, 44,5% evoluíram para óbito, sendo 70% dos óbitos em vigência de IRAS.
ConclusãoIRAS contribuem negativamente para os desfechos dos pacientes internados em UTI devido infecção por SARS-CoV2. Sendo assim, é evidente a relevância das medidas profiláticas e de controle de disseminação destes agentes nos hospitais, as quais devem ser intensificadas por parte das instituições de assistência à saúde.