XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA sífilis é uma infecção crônica sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema Pallidum, podendo ser transmitida de pessoa para pessoa durante o sexo (anal, vaginal ou oral) sem preservativo, por transfusão sanguínea ou da mãe para o feto. No Sudeste, notou-se, assim como em todo o país, um aumento de sífilis adquirida em idosos. Ademais, uma grande preocupação, na geriatria, é a manifestação através de sintomas cognitivos, os quais causam grande prejuízo social e afetam as atividades básicas e instrumentais da vida diária do idoso.
ObjetivoDescrever o perfil epidemiológico da sífilis adquirida em idosos do sudeste do Brasil nos últimos 5 anos (2017-2021).
MetodologiaTrata-se de um estudo ecológico descritivo. Os dados foram coletados no dia 27 de abril de 2023. A fonte de informações foi feita pelo Sistema de Notificação de Agravos de Notificação (SINAN), considerando-se o intervalo de 2017 a 2021. Em outras seleções, tem-se a região Sudeste e a idade a partir de 60 anos. Para o perfil epidemiológico: sexo, raça e escolaridade foram analisados.
ResultadoEntre 2017 e 2021, foram notificados 23.972 casos na população idosa, sendo 11% no Rio de Janeiro, 4,2% no Espírito Santo, 67,8% em São Paulo e 17% em Minas Gerais. Observa-se um aumento nos anos de 2018 e 2019, seguido de uma redução significativa do ano de 2020 para o ano de 2021. Ademais, a sífilis adquirida foi mais prevalente em homens (60,5%) e teve menor redução percentual em relação às mulheres a partir de 2019. Além disso, também foi mais prevalente entre brancos e pardos (72,4%), e os que tinham a 4ª série do Ensino Fundamental incompleta (16,3%). Vale ressaltar, todavia, que a maioria das notificações registradas no SINAN não tiveram o nível de escolaridade determinado, o que pode causar um viés nesse aspecto.
ConclusãoPode-se definir, pois, o perfil da sífilis adquirida em idosos, como: mais prevalente em homens, brancos e pardos, com a 4° série do Ensino Fundamental incompleta, sendo o Estado de SP com a maioria das notificações da região Sudeste. Todavia, vale ressaltar que a subnotificação é uma constante, a qual se aplica a tal análise, podendo, dessa forma, inferir-se que existem mais casos do que de fato aqueles que são notificados.