XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoDescrever e comparar as características epidemiológicas de internações por Hanseníase entre 2012 e 2022 no estado da Bahia e no Nordeste.
MetodologiaRealizou-se um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo e quantitativo, cujos dados foram alcançados por meio de consulta no Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A população do estudo foi formada por pacientes com hanseníase no período de dezembro de 2012 a novembro de 2022. As informações coletadas foram entregues ao banco de dados eletrônico no software Excel para análise quantitativa. As variáveis exploradas foram internações, regime, faixa etária, sexo, raça e correlacionando com dias de permanência, óbito e taxa de mortalidade. Ademais, buscou-se comparar os dados obtidos no estado da Bahia com os encontrados na região Nordeste. O projeto não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa por se tratar de um banco de domínio público.
ResultadoForam notificadas 12.681 internações por hanseníase no Nordeste, sendo 1.514 na Bahia (11,9% da região), o que coloca o estado em terceiro lugar nesta variável, atrás de Pernambuco e Maranhão. Predominaram pacientes do sexo masculino (62,9%) e (67,6%); de cor parda (38,4%) e (41,6%); com faixa etária entre 30 e 59 anos (56,0%) e (51,7%); e o regime de atendimento público (75,3%) e (80,5%) na Bahia e no Nordeste, respectivamente. O tempo de permanência das internações foi de 12. 835 dias no estado baiano, enquanto que na região foi de 119.487 dias em média. Quanto aos óbitos, a Bahia apresentou um número de 55, o que representa 19,2% do registrado no Nordeste, sendo a taxa de mortalidade no estado de 3,65 (segunda maior da região).
ConclusãoConstatou-se perfil clínico-epidemiológico semelhante para ambos os locais abordados. Entretanto, o número de pacientes com Hanseníase continua alto e chama a atenção para o fortalecimento das ações de controle epidemiológico para esta enfermidade, como, por exemplo, as que dizem respeito a políticas de educação em saúde direcionadas para regiões em situação de risco, já que o difícil acesso a informações e serviços podem favorecer o surgimento de casos mais graves devido ao diagnóstico tardio. Estudos como este, que traçam o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com Hanseníase, favorecem o planejamento de estratégias mais direcionadas para a realidade estudada.