12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Apesar da existência de testes diagnósticos sensíveis, tratamento efetivo, a Sífilis Congênita ainda persistem como importante problema de saúde pública no Brasil.
Objetivo: Avaliar o tipo de informação recebida entre as puérperas com diagnósticos de sífilis na gestação ou parto sobre a doença e suas consequências para si e seus bebês.
Metodologia: Estudo prospectivo com gestantes admitidas na Santa Casa de Sorocaba no período de outubro/2019 a agosto/2020 e identificadas por apresentarem testes reagentes para sífilis que responderam um questionário sobre suas percepções sobre a doença. Projeto aprovado pelo CEP e os participantes assinaram TCLE.
Resultados: 56 gestantes foram diagnosticas com sífilis, suas idades variaram de 16 a 40 anos (média de 27 anos) e 4 delas (7,1%) referiram não ter feito acompanhamento pré‐natal (PN). 40/52 (77%) com (PN) iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre da gestação, duas delas não tinham o cartão de PN e todas o trouxeram para o parto. Apesar de que 55/56 (98,2%) das gestantes referirem ter feito o teste para sífilis durante a gestação, 13 delas (23,6%) não receberam explicações sobre o teste e 4 (7,3%) não trataram durante o PN. Só 21 (37,5%) receberam informações da forma da aquisição da doença e 11 (19,6%) não receberam qualquer orientação sobre a doença, suas consequências e seu tratamento. 15 gestantes (26,8%) não receberam orientações sobre a necessidade de acompanhamento pós‐natal. As informações sobre a doença foram oferecidas pelo médico do PN para apenas 33 gestantes (59%); 11 (19,8%) referiram informações de outros médicos que a acompanharam e 6 (10,8%) receberam essas informações das enfermeiras do PN.
Discussão: A falta de explicações seguras, sobre a doença e suas consequências, oferecidas pelo médico do prenatal chamou nossa atenção neste estudo. O teste diagnóstico é oferecido para a quase totalidade das gestantes, mas as informações que conduziriam a um acompanhamento mais seguro e completo ainda são insuficientes.
Conclusão: Necessário treinar médicos prenatalistas para a necessidade de melhorar o cuidado para as gestantes com sífilis, que inclui não só o diagnóstico, mas a conscientização sobre seus riscos e consequências.