Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 10 ‐ Horário: 10:51‐10:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A histoplasmose é uma micose causada pelo Histoplasma capsulatum. A patologia é endêmica nos Estados Unidos, na América Latina e parte da África e da Ásia. No Brasil, prevalece no Estado do Rio de Janeiro. Oportunista, atinge principalmente pacientes imunossuprimidos. O contágio se dá através da inalação de conídios presentes no meio ambiente que, ao chegar aos alvéolos pulmonares, estimulam respostas inflamatórias. A manifestação clínica varia entre infecções assintomáticas à doença disseminada grave, depende da quantidade de conídios inalados, do paciente e da virulência do fungo.
Objetivo: Relatar um caso de paraplegia incompleta causada por histoplasmose.
Metodologia: Paciente de 42 anos, masculino, etilista, não portador de imunodeficiências. Trabalhador rural que tem contato com morcegos. Referiu que havia dois anos iniciara quadro de lombalgia e evoluíra com paresia e parestesia em membro inferior. Havia três anos fora diagnosticado com paraplegia devido a histoplasmose cerebral e medular confirmada em exame citológico de líquor, ficara internado por 10 dias em uso de anfotericina B endovenosa e após a alta fota encaminhado para reabilitação. Fez uso de Fluconazol, Omeprazol, Nortriptilina, em uso de cadeira de rodas, sem controle esfincteriano, em tratamento com fisioterapia, fonoaudiologia, ortopedia e condicionamento físico. Evoluiu com melhoria do equilíbrio e tronco, força muscular de modo a conseguir fazer transferência de ortostatismo terapêutico em barras paralelas. Independente para atividades de vida diária e iniciando treinamento de marcha com andador.
Discussão/conclusão: Geralmente assintomática, a doença tem predileção pelos sistemas respiratório e imunológico e pode se apresentar na forma aguda, crônica e disseminada, pode comprometer outros órgãos ou até o sistema nervoso central. Os pacientes assintomáticos representam 93% dos casos. Quando sintomática, os sintomas agudos incluem febre alta, tosse, astenia, dor retroesternal, aumento de linfonodos, fígado e baço. A fase crônica é rara, geralmente atinge os pacientes com depressão imunológica. No caso apresentado, o paciente apresenta‐se em idade produtiva, sem imunodeficiência adquirida, apresentou lesão medular atípica, porém, com diagnóstico, tratamento e reabilitação adequados, houve melhoria na qualidade de vida.