XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoUma estratégia para compreender a forma grave da COVID-19 está voltada para avaliação de marcadores epidemiológicos, laboratoriais e clínicos capazes de predizer óbito. O presente estudo analisou marcadores epidemiológicos, biomarcadores clínicos e laboratoriais em participantes com COVID-19 grave internados em hospital de referência para tratamento da COVID-19 em Ilhéus/BA, com objetivo de determinar quais marcadores poderiam ser usados como preditores do óbito.
MétodosO estudo foi submetido ao CEP/UESC, aprovado sob CAAE n° 40671720.4.0000.5526. Realizado entre 11/06/2020 a 30/07/2021, onde foram coletados dados epidemiológicos, laboratoriais e clínicos dos prontuários de pacientes internados na UTI de um hospital de referência para COVID-19 em Ilhéus e cidades vizinhas, situadas no Sul da Bahia. Os dados foram registrados no software Epimed Monitor, passando por tratamento estatístico, respeitando categoria da variável: quantitativa ou categórica. As análises foram realizadas por softwares GraphPad Prism 9.0 e Statistical Package for Social Sciences 26.0. A classificação de sobreviventes e não sobreviventes foi analisada via curva ROC pelo método de Wilson/Brown. O estudo englobou 218 participantes com média de idade de 64,37SD± 15,16, 123 do sexo masculino e 95 do sexo feminino. 77 vieram a óbito.
ResultadosAs análises estatísticas evidenciaram idade superior a 65 anos (ponto de corte >66.5; p < 0,001) e sexo masculino(OR 2.73; IC95% 1.15-6.46; p < 0.022) como marcador epidemiológico para óbito, assim como biomarcadores clínicos insuficiência respiratória (OR 5.56; IC95% 3.05-10.15; p < 0.0001),vasopressores (OR 6.28; IC95% 3.08-12.56; p < 0.0001), cateteres (OR 79.30; IC95% 13.693-810.2; p < 0.0001) e dispositivos de ventilação mecânica invasivo (OR 5.56; IC95% 3.05-10.15; p < 0.0001) e não invasivo (OR 0.34; IC95% 0.18-0.60; p < 0.0003). A elevação de dosagem de ureia (ponto de corte de >40.5; p < 0,0001 e) e creatinina (ponto de corte de >0,895; p < 0,0001) nitrogênio ureico (ponto de corte >19.4; p < 0.0001), lactato sérico (ponto de corte >1.350, p = 0.0035.) dosagem de pH arterial (ponto de corte <7,4; p < 0,0003), presença de leucocitose (ponto de corte >10.03; p < 0,0001) e a longa permanência em UTI passando 11 dias (ponto de corte >11,5; p < 0,001) foram associados ao óbito, correlacionados a injúria sistêmica.
ConclusãoOs marcadores epidemiológicos, laboratoriais e clínicos encontrados neste estudo podem ser usados pela equipe clínica como preditores para óbito em pacientes com COVID-19.