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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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PAPILOMAVÍRUS HUMANO NO TRATO GENITAL DE MULHERES QUE USAM CRACK: UM ESTUDO TRANSVERSAL NO ESTADO BRASILEIRO DO PARÁ
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Wilker Leite do Nascimentoa,
Corresponding author
losenwil@gmail.com

Corresponding author.
, João Alphonse Apóstolo Heymbeecka, Ricardo Roberto de Souza Fonsecab, Luiz Fernando Almeida Machadoc, Luisa Caricio Martinsd, Paula Cristina Rodrigues Fradee, Aldemir Branco de Oliveira Filhof
a Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
b Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
c Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
d Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
e Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
f Instituto de Estudos Costeiros, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução/objetivo

Infecções pelo papilomavírus humano (HPV) no trato reprodutivo são responsáveis por uma variedade de cânceres e outras condições em homens e mulheres. As mulheres que usam crack (MUC) são vulneráveis ao HPV e outros patógenos. A troca de sexo sem preservativo por dinheiro ou drogas ilícitas é um dos principais fatores de risco. Este estudo determinou a prevalência e os fatores associados à infecção pelo HPV no trato genital, assim como identificou os genótipos do HPV, numa amostra de MUC no estado do Pará, norte do Brasil.

Métodos

Este estudo transversal utilizou a técnica bola de neve para acessar 154 MUC nos municípios de Augusto Correa, Bragança, Breves, Capanema, Castanhal e Soure, Pará. Todas MUC utilizaram Evalyn Brush para fazer auto coleta de amostras cérvico-vaginais e forneceram informações demográficas, socioeconômicas e comportamentais por preenchimento de formulário estruturado. DNA viral foi detectado e classificado usando reação em cadeia da polimerase (PCR). Modelos de regressão logística foram utilizados para identificar fatores de risco à infecção pelo HPV.

Resultados

A maioria das MUC era solteira, jovem, parda, tinha baixa escolaridade, baixa renda mensal, morava em casa/quarto alugado, e não tinha trabalho regular ou estava desempregada. O tempo médio de uso de crack foi de 32,5 meses. Somente 18 MUC afirmaram ter recebido vacina contra HPV (11.7%). No total, 43 (27.9%) MUC apresentavam DNA do HPV. Os genótipos 11 (7%), 16 (27,9%), 18 (16,3%), 31 (9,3%), 33 (11,6%), 42 (7%), 45 (4,6%), 61 (4,6%), 16/18 (7%) e 33/45 (4,6%) foram detectados. A maioria das MUC tinha infecções simples (88.4%), e cinco delas tinham infecção múltipla (11.6%). Dez fatores/comportamentos foram associados à infecção pelo HPV: uso de crack > 24 meses, sem acesso ao serviço público de saúde, sem vacina contra HPV, sexo sem preservativo, mais de 10 parceiros sexuais, sexo oral, sexo anal, troca de sexo por dinheiro/drogas ilícitas, presença de verruga genital, e não realização de exames ginecológicos.

Conclusão

A baixíssima cobertura vacinal, a relação sexual sem preservativo, a alta frequência dos genótipos de HPV de alto risco oncogênico (16, 18,31, 33 e 45) e a falta de acesso ao serviço público de saúde indicam a necessidade urgente de intervenções direcionadas ao tratamento das infecções atuais e à prevenção de novas infecções pelo HPV nesse grupo de mulheres no estado brasileiro do Pará.

Palavras-chave:
Infecção por Papilomavirus humano Usuários de crack Saúde Pública
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