12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A paralisia flácida aguda (PFA) é uma doença infectocontagiosa causada por poliovírus de sorotipos 1, 2 e 3, sendo sua principal manifestação o déficit motor presente nos pacientes portadores. Nessa perspectiva, é notória a recorrência das alterações provenientes da PFA em diversas faixas etárias, sendo indispensável a avaliação do quadro sintomatológico do paciente para manejo clínico adequado, buscando evitar as possíveis complicações futuras advindas dessa condição.
Objetivo: Analisar a incidência de casos de PFA nas cinco regiões brasileiras durante um período de cinco anos, associando tais índices a possíveis variáveis que os influenciam, como as condições de vida do indivíduo e a vacinação.
Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo, que se baseia nos dados oriundos da consulta ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação do DATASUS no período de 2015 a 2019.
Resultados: No período avaliado, foram notificados um total de 2.419 casos de PFA no Brasil, havendo uma queda na incidência em 2019, ano que somou 438 notificações. Dentro desse intervalo de tempo, a maior incidência de casos ocorreu em 2018, ano que registrou 520 novos casos de PFA. Ao longo desses anos, a região mais acometida foi a Nordeste, com 930 casos notificados, sendo seguida da região Sudeste com 706. Em contrapartida, as regiões com menos casos incluem as regiões Centro‐Oeste (147) e a Norte (267). Ademais, a cobertura vacinal de poliomielite das regiões Norte (72,34) e Nordeste (80,62) são as mais baixas do país. Esse dado somado à alta aglomeração populacional nesse segmento territorial são fatores que influenciam no maior número de casos notificados de PFA estarem contidos na região Nordeste.
Discussão/Conclusão: Foi possível verificar, a partir da análise dos dados e fatos expostos, que a PFA ainda ocorre com frequência no Brasil, embora a incidência tenha reduzido no último ano. Sendo assim, é possível afirmar que há necessidade de adoção de medidas tanto de diagnóstico e de busca por portadores de doenças que possam evoluir para PFA, quanto de prevenção por meio de melhorias nas condições de vida individuais e estímulo à vacinação, visto que é há uma propensão a um progresso rápido do quadro clínico e a um mau prognóstico.