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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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OR-52 - MIELITE TRANSVERSA ASSOCIADA A BARTONELLA HENSELAE: UM RELATO DE CASO
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Juliana Moreira Ribeiro, Adriana Oliveira Guilarde, Jonas Borges S. Amorim, Moara Alves S.B. Borges, Ludmila Campos Vasconcelos, Victoria Lima F.A. Ferreira
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A mielite transversa (MT) é uma condição neurológica rara, com etiologias variadas, como desordens neuroinflamatórias, pós virais e infecciosas.

Objetivo

Descrever caso de MT causada por Bartonella henselae.

Método

Relato de caso.

Resultados

Paciente sexo feminino, 19 anos, apresentou quadro de febre, cefaleia, fotofobia, dor e parestesia em cintura pélvica. Evoluiu com hipoestesia em nível torácico, paraplegia e alterações esfincterianas, com piora progressiva. Líquor com glicose consumida, e dissociação proteíno-citológica. Tratada com metilpredinisolona por 5 dias, obtendo melhora parcial. Após pulsoterapia, prescrito vancomicina e meropenem por 56 dias. Descartado neuromielite óptica e esclerose múltipla. Antecedentes: Contato direto e frequente com gatos durante trabalho em petshop. Nega vacinação no período e episódios prévios de déficit neurológico sensitivo-motor. Recebeu alta paraplégica e com nível sensitivo em T2. Após aproximadamente 3 anos, reiniciou dor em faixa em toda cintura pélvica, anestesia em MMSS e percepção de perda da habilidade para movimentos finos em MMSS, associado a episódios subfebris. Foi internada em outro serviço e iniciado ceftriaxona e dexametasona, com discreta melhora do quadro. Realizou ressonância nuclear magnética cervico-dorsal que constatou coleção intradural e extramedular, bem como sinais inflamatórios/infecciosos locais. Líquor mostrou 01 leucócito, 100% de LMN, 1.901 mg/dL de proteínas e 14 mg/dL de glicose. Culturas do líquor para bactérias, fungos negativas, teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) indetectável. Realizada abordagem cirúrgica da coleção e prescrito ampicilina e doxiciclina empiricamente. Cultura do abscesso medular não evidenciou crescimento de bactérias, fungos ou micobactérias; TRM-TB indetectável. Sorologia para Bartonella henselae IgM (1:100) e IgG reagentes (1:640); sorologia para M. pneumoniae negativa. VDRL e teste treponêmico não reagentes; anti-HIV negativo. Biópsia de medula com infiltrado inflamatório inespecífico. Iniciado tratamento com doxiciclina e rifampicina para mielite por Bartonella. Evoluiu com melhora da dor, remissão da febre e melhora sensitivo-motora em MMSS, mantendo a paraplegia.

Conclusão

Evidenciamos um caso de mielite bacteriana, cujo diagnóstico foi tardio, resultando em sequelas irreversíveis. É essencial história clínica detalhada e investigação minuciosa, a fim de garantir diagnóstico precoce e terapia efetiva.

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