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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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OR-45 - MYCOBACTERIUM KANSASII EM PACIENTES COM CÂNCER: SÉRIE COM 15 CASOS
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William Kazunori Sekiguchi, Adriana S.G.K. Magri, Raquel K.D.L. Ito, Odeli N.E. Sejas, Karim Y. Ibrahim, Edson Abdala, Patricia R. Bonazzi
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Mycobacterium kansasii é considerada uma das Micobactérias não tuberculosas (MNT) mais patogênicas e a segunda espécie mais descrita na América do Sul. Casos têm sido descritos em pacientes oncológicos, mas fatores de risco, apresentação clínica e evolução da doença não estão bem estabelecidos na literatura.

Objetivo

Descrever a epidemiologia, apresentação clínica e evolução dos casos de M. kansasii em pacientes com câncer.

Método

Estudo retrospectivo, em que foram identificados pacientes, do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, com cultura para MNT positiva, realizada no período de janeiro de 2011 a setembro de 2023. Dentre estas, os casos de M. kansasii foram selecionados e classificados de acordo com o critério diagnóstico da Sociedade Americana de Doenças Infecciosas (IDSA). As variáveis avaliadas foram: idade, sexo, doença oncológica, sítio de infecção, comorbidades, tratamento e evolução.

Resultados

Sessenta e sete pacientes com cultura positiva para MNT foram identificados. M. kansasii foi a espécie mais comum, com 19 casos (28%), seguida por M. gordonae (13 casos: 19%). Quatro casos de M. kansasii não fecharam critério para infecção. Foram avaliados, 15 pacientes. A média de idade foi 61 anos e 60% foram homens. Doença pulmonar foi a apresentação clínica mais comum (11 casos), com o agente identificado em 2 amostras de escarro ou uma, de lavado broncoalveolar. Em 1 paciente, houve o crescimento de M. kansasii em cultura de sangue e linfonodo. Onze ocorreram em pacientes com tumor sólido (73%) e 4 em oncohematológicos. Câncer de laringe foi a neoplasia mais frequente, com 3 casos (20%). Tabagismo esteve presente em 10 pacientes (67%) e etilismo, em 4 (27%). Seis pacientes não foram tratados, mas 3 destes, foram diagnosticados “post-mortem”. Outros 6, foram tratados com 4 drogas. Óbito ocorreu em 75% dos pacientes oncohematológicos e 18% dos tumores sólidos.

Conclusão

Em nossa série, M. kansasii foi a MNT mais prevalente. Fatores de risco descritos na literatura como: tabagismo, etilismo, tuberculose prévia, câncer de laringe e esôfago, foram encontrados. Doença disseminada foi incomum e ocorreu em paciente com neoplasia hematológica. A mortalidade é elevada e o diagnóstico foi “post-mortem” em 3 casos, reforçando a importância da suspeita clínica e do aprimoramento dos métodos diagnósticos.

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