14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA resistência bacteriana aos antimicrobianos é uma grande ameaça à saúde pública mundial, gerando uma série de consequências que comprometem, não apenas os pacientes, mas toda a população, contribuindo com o aumento da morbidade e mortalidade e do período de internação do paciente. Além disso a resistência bacteriana impõe enormes custos a todos os países, levando a saturação dos sistemas de saúde. Com o advento da pandemia, foi observado o uso em grande escala de antimicrobianos, em especial nos pacientes mais críticos.
ObjetivoCom o aumento do uso de antimicrobianos injetáveis em pacientes internados, principalmente nas unidades de pronto atendimento (UPA) Chervezon, destinada ao Covid-19, a Comissão de Farmacoterapia, juntamente com a Diretoria de Atenção em Saúde, Divisão de Urgência / Emergência e Atenção Básica e Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do município, constata a necessidade de um Protocolo Clinico e Diretrizes Terapêuticas para Dispensação de Antimicrobianos no Município.
MétodoO projeto implicou na idealização e construção do protocolo entre setembro de 2021 a dezembro de 2021. Treinamento da equipe multidisciplinar e médica entre os meses de janeiro a março de 2022. Publicação do protocolo em Portaria, em Diário Oficial em março de 2022. Instrumentalização para controle de antimicrobianos de amplo espectro a partir de abril de 2022. Discussão de casos clínicos com infectologista e internista dos pacientes internados na UPA, considerando a permanência de leitos de internação nesta unidade mesmo após a pandemia.
ResultadosConsiderando os antimicrobianos mais utilizados na UPA Cherveson, nota-se diminuição do uso de Ceftriaxone em 15% entre 2021 e 2022 e de 16% entre 2022 e 2023; Piperacilina-Tazobactam com queda de 70% em uso entre 2021 e 2022 e 33% entre 2022 e 2023; Vancomicina queda de 66% do consumo entre 2021 e 2022, mantendo o mesmo consumo em 2023. Com relação ao consumo total de injetáveis houve queda do uso em 18% entre 2021 e 2022 e de 10% entre 2022 e 2023. Apenas o Meropeném apresentou uma queda em consumo entre 2021 a 2022 de 33% e em 2023 volta a ser consumido em maior escala, porém com seu uso racional mediante justificativa.
ConclusãoHá muitos desafios no controle do uso de antimicrobianos, com necessidade de aumento da equipe de trabalho, treinamento contínuo de novos colaboradores e atenção a prescrição adequada de antimicrobianos. Nota-se que a iniciativa pública pode desencadear o processo de conscientização do uso racional de antimicrobianos.