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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
ÁREA: EPIDEMIAS E DOENÇAS EMERGENTES
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OR-30 - IMPACTO DO TABAGISMO SOBRE A EVOLUÇÃO DOS CASOS DE TUBERCULOSE: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E A POPULAÇÃO GERAL
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Ulisses Ávila Reis, Natalí Canelli Valim, Renan Cozol Martins, Natasha Nicos Ferreira, Lucila Zini Angelotti
Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, e constitui um desafio no Brasil, dada sua alta incidência. A população em situação de rua (PSR) possui cerca de 56 vezes mais chances de contrair TB do que a população geral, indicando que a vulnerabilidade social está atrelada à maior disseminação do Bacilo de Koch. Além das fragilidades sociais, outros fatores e comorbidades influenciam no desfecho negativo da TB, dentre eles o tabagismo.

Objetivo

O objetivo do estudo foi avaliar uma possível relação entre a PSR e o tabagismo, bem como a comparação dos impactos do tabagismo sobre a evolução da TB em PSR e não PSR.

Método

Trata-se de um estudo analítico quantitativo que analisou os dados de notificações da TB no Brasil entre 2016 até 2022, registrados no SINAN. A associação entre tabagismo e PSR de pessoas com TB foi realizada por meio do teste do qui-quadrado de Pearson, e a comparação dos impactos do tabagismo sobre a evolução dos casos entre PSR e não PSR foi realizada por meio do teste de qui-quadrado de Mantel-Haenszel. Consideraram-se evoluções desfavoráveis os desfechos: óbito por TB, abandono, TB droga resistente (TBDR) e falência de tratamento, conjuntamente.

Resultados

No período analisado, foram notificados 645.255 casos novos de TB no país, dos quais 24.765 foram registrados em PSR, sendo 12.065 deles tabagistas. Entre as PSR, a chance de tabagismo foi maior, chegando a 3,29 vezes a da população geral (IC95%(RC) = [3,20; 3,38], p < 0,001). Quanto à evolução dos casos, ajustadas as diferenças entre PSR e não PSR por tabagismo, verificou-se que tabagistas têm chance 68,5% maior de apresentar evoluções desfavoráveis da doença do que não tabagistas (RCMH = 1,685, IC95%(RCMH) = [1,67; 1,70], p < 0,001).

Conclusão

Os resultados corroboram a relação entre tabagismo e pior prognóstico da tuberculose, como relatado na literatura, pois as lesões pulmonares promovidas por este hábito predispõem coinfecções e doenças subjacentes, além de chances aumentadas de desenvolver TBDR e TB mais grave, dificultando o tratamento e resultando em piores desfechos. Assim, torna-se imprescindível desenvolvimento de políticas públicas para prevenção e tratamento do tabagismo na PSR com o intuito de minimizar desfechos desfavoráveis da TB nesta população.

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