XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoDurante a pandemia de COVID-19 muitos microrganismos estavam envolvidos em casos de coinfecção ou infecções secundárias. Dentre esses, a Klebsiella pneumoniae é uma das espécies bacteriana de maior ocorrência, que se torna ainda mais preocupante pois possui diversos mecanismos de resistência bacteriana. O objetivo desse trabalho foi investigar a ocorrência dos genes blaKPC e blaNDM e a susceptibilidade aos antimicrobianos de isolados clínicos de K. pneumoniae provenientes de infecção em pacientes com e sem COVID-19 confirmado por teste de RT-PCR para SARS-CoV2, em um hospital público de Recife-PE.
MétodosForam analisados 30 isolados de K. pneumoniae, sendo 15 de pacientes com COVID-19 e 15 de pacientes sem COVID-19. Foi realizada a pesquisa de genes de resistência (blaKPC e blaNDM) por Reação em Cadeia de Polimerase, seguido do sequenciamento dos amplicons. O perfil de susceptibilidade antimicrobiana foi determinado através do equipamento automatizado BD PhoenixTM. Os dados secundários dos pacientes foram obtidos por meio dos prontuários eletrônicos disponibilizado pelo hospital de estudo.
ResultadosTodos os isolados apresentaram resistência às cefalosporinas de terceira geração e 90% (n=27) foram resistentes à pelo menos um carbapenêmico testado (imipenem, ertapenem ou meropenem). Os três isolados que não foram resistentes, eram oriundos de pacientes com COVID-19. Vinte e cinco (83%) apresentaram resistência a pelo menos um aminoglicosídeo testado (gentamicina ou amicacina) e 26 (87%) à quinolonas. A polimixina B e a colistina foram os antimicrobianos que apresentou melhor ação. As análises moleculares mostraram que 43% (n=13) dos isolados foram positivos para blaNDM; 17% (n=5) para blaKPC e 30% (n=9) foram simultaneamente positivos para os dois genes. A detecção do gene blaNDM foi maior (n=23), quando comparado ao blaKPC (n=14). Os pacientes sem COVID-19 possuíam maior faixa etária e mais comorbidades quando comparados aos pacientes com COVID-19, além disso, os pacientes sem COVID-19 tiveram a maior taxa de óbito.
ConclusãoA maioria dos isolados carreavam pelo menos um dos genes de resistência pesquisados, demostrando uma maior ocorrência de gene blaNDM do que de blaKPC. Não houve diferença na ocorrência desses genes entre os isolados oriundos de pacientes com COVID-19 e sem COVID-19.