XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs infecções por enteroprotozoários e helmintos realçam a negligência da vigilância sanitária, a baixa adesão da população aos exames clínicos e a precariedade de um serviço básico de saneamento, além de agravar a subnutrição e as deficiências mentais que acometem pacientes infantes, interferindo na qualidade de vida da população afetada. O presente estudo teve por objetivo avaliar a ocorrência das parasitoses em pacientes atendidos em um laboratório de patologia clínica no município de Aracaju, no período de cinco meses.
MétodosRealizou-se um estudo retrospectivo dos resultados dos exames parasitológicos de fezes dos pacientes atendidos pelo Laboratório Central de Biomedicina (UNITLAB) da Universidade Tiradentes, situado em Aracaju – Sergipe, no período de janeiro a maio de 2023. Para analisar as 1644 amostras, o laboratório utilizou o método de Hoffman, Pons e Janer (1936), seguido da microscopia óptica com o aumento de 100x e 400x.
ResultadosDas 482 amostras positivas, observou-se uma ocorrência de 95,63% de protozoários e 4,37% de helmintos. Distribuídos entre Endolimax nana (33,51%); Blastocystis sp. (33,15%); Entamoeba coli (13,11%); Entamoeba histolytica/otmai (11,66%); Giardia lamblia, (2,91%); Schistosoma mansoni (2,37%); Iodamoeba butschlii (1,27%); Ancylostoma sp. (0,91%); Ascaris lumbricoides (0,55%); Hymenolepis nana (0,18%); Trichuris trichiura (0,18%) e Trichostrongylus sp. (0,18%). A coinfecção esteve presente em 94 amostras, 6 amostras apresentaram associação entre protozoário e helminto da seguinte forma: Ascaris lumbricoides, Blastocystis sp. (1); Hyminolepis nana, Blastocystis sp. (1); Schistosoma mansoni, Blastocystis sp., Entamoeba coli (1); Schistosoma mansoni, Blastocystis sp. (1); Schistosoma mansoni, Ancylostoma sp., Endolimax nana (1); Trichostrongylus sp., Iodamoeba butschlii, Entamoeba histolytica/otmai (1). Entre os protozoários a maior associação foi entre Endolimax nana e Blastocystis sp. (42) e pela Entamoeba histolytica/otmai (36).
ConclusãoObservou-se o predomínio dos parasitos E. nana (184) e Blastocystis sp. (182), sendo este suspeito de ser patogênico devido a sua plasticidade no hospedeiro, além de sua diversidade genética. Este é um grave problema, visto que as pessoas infectadas são potentes vias de disseminação. Exigindo a ação específica da saúde pública contra a ocorrência destes agentes.