A febre tifóide (FT) é uma doença sistêmica aguda, desencadeada pela bactéria Salmonella entérica sorotipo typhi. Está associada a baixos níveis socioeconômicos e precárias condições de saneamento. A transmissão ocorre via fecal-oral por veiculação hídrica ou alimentar. No quadro clínico predomina a hipertermia associada à cefaleia, mal estado geral, dor abdominal e anorexia. Por fim, a busca por dados epidemiológicos é fundamental para um direcionamento das medidas de saúde e diminuição da morbidade da população afetada. Identificar o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com Febre Tifóide no Brasil.
MétodosTrata-se de um estudo ecológico e retrospectivo baseado em dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Utilizou-se a Lista de Doenças e Agravos de Notificação 2007 em diante (SINAN) para FT no período de 2011-2021. Os critérios de elegibilidade foram: Brasil por Região, UF e Município, Gênero, Raça, Faixa Etária e Escolaridade. Os critérios de exclusão foram dados não correspondentes às variáveis. Para o cálculo estatístico se utilizou Microsoft Excel 2019.
ResultadosO total de casos notificados de FT no Brasil, no referido período, foi de 1023. O estado mais notificado é o Pará com 414 casos (prevalência de 40,4%), enquanto o Paraná tem a menor notificação com apenas 2 casos (0,19%). A faixa etária mais acometida foi 20-39 anos com 303 casos (29,6%) e a menos foi 80 anos e mais com 3 casos (0,29%). O sexo masculino é predominante com 46,6% dos casos notificados e sobre escolaridade, o ensino médio completo apresenta a maior prevalência com 141 casos, enquanto os analfabetos são minoria com 16 casos. A raça negra (preta e parda) é predominante com 723 casos (70,6%), enquanto a menor prevalência está nos indígenas com 3 casos. A média aritmética e o desvio padrão das prevalências nos Estados Brasileiros foram de 44 e 9,1 respectivamente.
ConclusãoDiante da análise dos dados, verificou-se que a FT é mais prevalente em homens de raça negra na faixa etária de 20-39 anos e com alta escolaridade. Além disso, ressalta-se a importância da notificação dos dados, visto que a ausência de informações sobre a doença nas bases de dados além da subnotificação do próprio sistema convém como fator limitante para melhor caracterização da febre tifóide. Portanto, políticas públicas e medidas preventivas devem ser direcionadas para o perfil traçado a fim de minimizar os casos.