12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A hanseníase é causada pela Mycobacterium leprae. O Brasil contém segundo maior número de casos do mundo, sendo Mato Grosso o estado mais acometido. A clínica costuma apresentar lesões cutâneas com alteração de cor e sensibilidade. Cerca de 90% da população apresenta uma imunidade eficiente para a micobactéria, contudo existem genes que podem predispor ao desenvolvimento da doença.
Objetivo: Relatar 4 casos, pertencentes à mesma família com diagnóstico de hanseníase, enfatizando a importância do rastreio de contactantes intradomiciliares de forma precoce.
Metodologia: Foi realizado mutirão para rastreio de hanseníase em um Hospital Universitário de Mato Grosso. O 1° caso é feminino, 40 anos, apresentava 2 manchas com sensibilidade térmica ausente, mal definidas, hipocrômicas em braço direito. Também apresentava madarose, infiltração no septo nasal e 7 nervos acometidos. Foi realizado exame histopatológico de biópsia de pele e visualizado infiltrado histiolinfoplasmatico, granulomas, índice baciloscopico (IB) 2+, classificada como dimorfo‐dimorfo (DD). O 2° membro é feminino, 20 anos, apresentava 7 nervos comprometidos com neurite e 2 manchas, com sensibilidade térmica diminuída, mal definida, hipocrômica, localizada em perna e pé direito. Ao exame histopatológico apresentava infiltrado, granuloma, IB +2, classificada como dimorfo‐tuberculóide (DT). O 3° membro é feminino, 18 anos, apresentava 4 nervos acometidos com neurites e 1 lesão dérmica, com sensibilidade térmica reduzida, hipocrômica em perna direita. A análise histopatológica foi semelhante a primeira, com forma clínica DD. O 4° membro é masculino, 13 anos, apresentava 7 nervos comprometidos sem neurite e 1 mancha, com sensibilidade térmica reduzida, mal definida, hipocrômica, irregular e em perna esquerda. A análise histopatológica foi semelhante ao segundo membro, classificado com forma clínica DT. Todas as análises histopatológicas foram em congruência com a clínica.
Discussão/Conclusão: Enfatiza‐se a importância do rastreio de contactantes familiares frente a um diagnóstico de hanseníase. A transmissão pode ser feita intradomiciliar devido o contato íntimo e prolongado, acometendo inclusive crianças. É reforçado a predisposição genética familiar para o desenvolvimento da doença e também do espectro da mesma. Por fim, mostra a importância do diagnóstico precoce, evidenciando a progressão da doença, visualizado pela morbidade dos mais velhos e, se tratada precocemente, levará a menores sequelas.