12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Historicamente os mecanismos de transmissão do VHC entre pessoas que vivem com o HIV, estiveram associados ao uso de drogas injetáveis (UDI) e transfusão de hemoderivados. Dados do Ministério da Saúde do Brasil revelam que UDI e a transmissão de patógenos via sangue transfundido, são eventos raros nos dias atuais. É plausível supor que tais modificações possam influênciar nos mecanismos de transmissão do VHC entre pessoas que vivem com HIV.
Objetivo: Atualizar os dados prevalência da co‐infecção HIV‐VHC; 2‐ Avaliar mecanismos de transmissão do VHC em pessoas que vivem com HIV com diagnóstico recente da infecção pelo VHC, identificados como “seroconversores recentes”, em um serviço de referência na cidade de São Paulo
Metodologia: Estudo epidemiológico observacional transversal retrospectivo de uma coorte de indivíduos. Foram incluídos, individuos com diagnóstico de infecção pelo HIV, atendidos entre janeiro a dezembro de 2017 no Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/AIDS (SEAP) do HCFMUSP. Através da análise de banco de dados eletrônico e consulta a prontuários foram identificados indivíduos co‐infectados HIV‐VHC. Para identificar indivíduos com infecção recente foram selecionados os indivíduos com confirmação laboratorial de soroconversão a partir de 2015. Estes foram identificados como soroconversores recentes. Através de análise de prontuário, foram analisados fatores de exposição ao VHC. A caracterização de transmissão sexual exigia que os indivíduos relatassem uma das seguintes características: antecedente de múltiplos parceiros sexuais, parceiro positivo para HIV ou HCV ou ser HSH
Resultados: Foram identificados 362 (11,5%) co‐infectados pelo VHC de 3.143 pacientes HIV. Entre eles 48 pacientes soroconversores recentes. Predominou o sexo masculino 40 (83%), idade média de 49 anos, o genótipo 1 foi identificado em 22% seguido pelo genótipo 4 em 12,5%. O mecanismo de exposição sexual foi identificado em 33 (68%) pacientes, seguido do uso de drogas inaladas em 12 (25%). Para 3 indivíduos (6,25%) não foi possível identificar nenhum mecanismo de exposição
Discussão/Conclusão: A comparação dos dados obtidos nesse estudo, com dados históricos nacionais e internacionais relativos aos mecanismos de transmissão, revelam uma mudança nos mecanismos de exposição ao VHC e uma diminuição na taxa de prevalência do VHC, entre pessoas que vivem com HIV. Essas informações são importantes para delinear ações de enfrentamento da infecção pelo VHC nessa população.