Febre representa sinal de alerta em neutropênicos e necessidade de terapia antimicrobiana de urgência. O monitoramento da temperatura nesses pacientes deve ser bastante acurado.
ObjetivoAperfeiçoar e testar sistema de monitoramento remoto de temperatura corporal. Métodos: Estudo transversal a ser realizado no Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG). A rede de monitoramento foi instalada em duas alas de internação que recebem pacientes com neoplasias sólidas e hematológicas. Serão 3 fases: i) desenvolvimento dos dispositivos físicos e do sistema de monitoramento remoto de temperatura; ii) teste dos dispositivos e da rede de comunicação wifi em voluntários sadios para ajuste do sistema (sensor de temperatura, conexões de rede e armazenamento dados) e; iii) teste de sistema por sete dias em pacientes neutropênicos internados (idade ≥ 18 anos, neutrófilos < 1.000 cls/microL e afebris nas últimas 48h). O sensor de temperatura fica aderido à axila do paciente por fita hipoalergênica, registra os dados a cada 5 min, enviando-os para receptor preso à cintura; este envia as informações por conexão wifi (roteadores e raspberry) para uma base de rede local restrita e protegida. Serão testados: i) concordância entre medidas obtidas pelo monitoramento remoto e por termômetro digital convencional, ii) estabilidade do sistema; iii) capacidade de antecipar ocorrência de febre; iv) ergonomia e usabilidade; v) associação entre dados do monitoramento remoto e desfechos clínicos (início de terapia antibiótica, sepse, internação em UTI e óbito).
ResultadosNos testes do dispositivo com voluntários sadios foram feitos ajustes de layout, ergonomia, autonomia de bateria, armazenamento de dados e calibração do sensor com termômetro convencional. Houve concordância progressivamente melhor entre a temperatura axilar obtida pelo dispositivo de monitoramento remoto e o termômetro convencional, após ajustes. A rede foi testada nas alas do HC-UFMG com estabilidade de sinal. A terceira etapa do projeto será iniciada em outubro de 2021, com inclusão prevista de 100 pacientes.
ConclusãoO sistema de monitoramento remoto de temperatura mostrou-se viável e aparentemente confiável durante os testes iniciais em voluntários sadios. O estudo iniciará sua terceira fase no ambiente hospitalar, monitorando a temperatura dos pacientes neutropênicos internados em enfermarias.