XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA vigilância epidemiológica da Síndrome Gripal (SG) atua com a integração de diversas estratégias, que incluem o monitoramento dos casos de infecções respiratórias provocadas por vários vírus (Influenza A e B, Sincicial Humano, SARS-CoV-2 e outros). Estima-se que os impactos da SG sejam responsáveis pelos excessos de consultas no cuidado primário, pelo grande número de casos com diagnóstico leve a moderado, que resultam em absentismo laboral e escolar levando a perda de produtividade e de aprendizado.
ObjetivoRealizar o monitoramento das Síndromes Gripais e seus impactos, em indivíduos sintomáticos de uma comunidade acadêmica.
MétodoOs dados foram obtidos, de outubro de 2022 a maio de 2023, através de questionários semiestruturados, após a coleta de amostras nasofaríngeas de indivíduos com sintomas gripais. Alguns participantes fizeram a coleta e responderam ao questionário mais de uma vez, sem obrigatoriedade de responder todas as perguntas. O RNA viral (SARS-CoV-2 e Influenza A e B) foi extraído e purificado de forma automatizada, e detectado com o kit GeneFinder™ COVID-19/Flu A&B RealAmp, por meio de RT-qPCR. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFRB (CAAE: 61607222.4.0000.0056). Resultados: Dos 192 participantes (estudantes: 52,4%; docentes: 11,6%; técnicos: 13,2%; e outras ocupações: 22,8%) com SG, 71,4% foram negativos, 23,7% indicaram a presença do SARS-CoV-2, 2,7% do Influenza A e 2,2% do Influenza B. Dos infectados, 92,3% tiveram sintomas gripais, sendo os mais frequentes: coriza (90,4%), tosse (84,3%) e espirros (82,6%). Quanto à vacinação, 63,9% foram imunizados contra Influenza e 99,5% contra COVID-19. Quanto às doses de reforço para COVID-19, verificou-se que 36,9% receberam uma dose, 56,1% duas e 7% receberam três doses. Denota-se que 26,2% declararam estar em ambiente com surto gripal. 19,8% dos infectados por SARS-CoV-2 realizaram trabalho remoto e o isolamento domiciliar foi mais frequente (47,2%; 50/106) em comparação com os da Influenza (15,5%; 18/116).
ConclusãoO maior percentual de vacinação e de isolamento social nos casos de COVID-19 pode ter sido consequência do protocolo de biossegurança vigente na instituição de ensino, que também prevê o afastamento laboral. Nesse sentido, o monitoramento da SG é essencial para o melhor acompanhamento dos infectados, podendo subsidiar ações que minimizem o absenteísmo e as perdas nas atividades laborais e/ou estudantis da comunidade acadêmica.