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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS RELACIONADAS A INFECÇÃO POR DENGUE: RELATO DE CASO
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Gabriel Ramalho de Jesus
Corresponding author
otmail.ramalho.jesus@gmail.com

Corresponding author.
, Renata Teodoro Nascimento, Benedito Antonio Lopes da Fonseca, Juliana Cazarotto, Ana Carolina de Oliveira Mota
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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A dengue é a arbovirose mais prevalente no mundo, acometendo cerca de 100 milhões de indivíduos ao ano. No Brasil, ocorrem surtos praticamente anuais com distribuição territorial ampla e espectro de manifestações clínicas diversificado. A ocorrência de manifestações atípicas dificulta o reconhecimento inicial da doença e o manejo correto. Esse relato descreve casos de acometimento neurológico por dengue. Caso 1: Masculino, 74 anos, com febre alta e mialgia há 2 dias, apresentou movimentos tônico-clônicos associados a liberação esfincteriana e estado pós-ictal, com melhora espontânea, por repetidas vezes. Na admissão hospitalar, um dia após as crises convulsivas, apresentava hipotensão postural e exame neurológico normal. A tomografia computadorizada de crânio não detectou anormalidades. O exame de líquor, realizado no terceiro dia de sintomas, demonstrou discreta proteinorraquia e foi identificado material genético do vírus DENV por reação em cadeia da polimerase (PCR). Paciente evoluiu com plaquetopenia e hemoconcentração durante o curso da doença, porém com melhora clínica e laboratorial após prescrição de sintomáticos e hidratação endovenosa. Caso 2: Feminino, 69 anos, febre há 5 dias, seguida de confusão mental e sonolência. Havia realizado antígeno NS1 no sangue, com resultado positivo, no terceiro dia de sintoma. Apresentou crise convulsiva presenciada, com versão ocular e movimentos estereotipados, seguida de intubação por rebaixamento de nível de consciência. Foi admitida em grave estado geral, com manutenção de estereotipias. A tomografia computadorizada de crânio não detectou anormalidades. O exame do líquor, realizado no nono dia de sintomas, mostrou proteinorraquia discreta e o PCR foi negativo, porém foram identificados anticorpos classe IgM específicos para dengue. Recebeu alta após vinte dias, com recuperação neurológica. A encefalite pelo vírus DENV é descrita como presença de sintomas neurológicos, associados ao exame de líquor evidenciando alteração, sem outro patógeno identificado, e identificação de algum marcador sorológico. A pesquisa no líquor deve ser solicitada conforme o tempo de evolução da doença, sendo detecção do PCR RNA ou do antígeno NS1 adequada para os cinco primeiros dias e dos anticorpos IgM a partir do sexto dia. Portanto, a suspeita de dengue como causa de encefalite aguda, em especial em áreas endêmicas, e a escolha do exame correto para o diagnóstico são essenciais para o manejo apropriado destes casos.

Palavras-chave:
dengue diagnóstico neuroinfecção
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