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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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MENINGOENCEFALITE POR LISTERIA MONOCYTOGENES EM PACIENTE EM USO DE IMUNOBIOLÓGICO: RELATO DE CASO
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Ana Beatriz Pacheco da Silvaa,
Corresponding author
ana.pacheco@ini.fiocruz.br

Corresponding author.
, Yasmin Cerqueira Calzolarib, Isabel Cristina Melo Mendesc, Ana Luiza Martins de Oliveirac, Rafael Melo Galliezc
a Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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A meningoencefalite por Listeria monocytogenes (L. monocytogenes) é uma infecção que pode evoluir com hidrocefalia, acarretando elevadas taxas de morbimortalidade. É adquirida através do consumo de alimentos contaminados e acomete predominantemente os extremos de idade, gestantes e imunossuprimidos. Este relato apresenta um caso de meningoencefalite em paciente com imunossupressão pelo tratamento de artrite reumatoide (AR). Paciente do sexo feminino, 47 anos, com história de AR complicada com miocardite, em tratamento com metotrexate e infliximab, iniciou quadro de febre, cefaleia, fotofobia e prostração. Após uma semana, evoluiu com rigidez de nuca e rebaixamento de nível de consciência. Tomografia (TC) de crânio de admissão não evidenciou alterações, e líquor apresentou 533 células, com predomínio de polimorfonucleares, proteinorraquia de 374 mg/dL e glicose de 50 mg/dL, sendo iniciado ceftriaxone empírico. Após três dias, paciente evoluiu com convulsões tônico-clônico generalizadas devido à hidrocefalia comunicante grave, sendo realizada derivação ventricular externa e adicionados vancomicina e ampicilina ao esquema antimicrobiano. O teste de reação em cadeia de polimerase do liquor identificou L. monocytogenes e possibilitou o descalonamento para beta lactâmico associado à gentamicina. Após tratamento direcionado, paciente apresentou melhora hemodinâmica, sem novas crises convulsivas. Contudo, não apresentou reflexos de tronco após suspensão da sedação e TC de controle sugeriu herniação temporal. Realizado protocolo de morte encefálica, com constatação de óbito após 18 dias de internação. O metotrexato é um imunomodulador que afeta a atividade de linfócitos T e já foi associado a infecções oportunistas como pneumocistose e aspergilose, mas não à listeriose. O infliximab é um antagonista do fator de necrose tumoral alfa (TNF-a), citocina essencial no combate de infecções por microrganismos intracelulares, como a L. monocytogenes. Em estudos anteriores, a combinação de metotrexato e infliximab não resultou no aumento do risco de infecções oportunistas em relação ao uso das medicações isoladamente. É importante alertar à comunidade médica sobre a forte associação entre antagonistas do TNF-a e listeriose invasiva, de modo a instituir terapia empírica precoce nos casos de meningoencefalite em pacientes de risco e assim evitar desfechos negativos. Do mesmo modo, os pacientes devem ser orientados sobre cuidados com alimentos como forma de prevenção.

Palavras-chave:
Meningoencefalite Listeria monocytogenes Infliximab Metotrexato
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