Introdução: Com a descoberta do novo coronavírus, diversos estudiosos da área buscaram saber quais sintomas podem ser ou não associados à doença. Entre eles, está o aparecimento de reações dermatológicas, que, apesar de pouco comuns, podem ser relacionadas à Covid‐19. No que diz respeito à faixa etária pediátrica, as crianças possuem quadros clínicos mais leves e em menor intensidade, sendo diversos deles associados a manifestações cutâneas.

Objetivo: Revisar na literatura os achados descritos, particularmente na faixa etária pediátrica, das manifestações dermatológicas decorrentes da infecção por Sars Cov2.

Metodologia: A pesquisa objetivou realizar uma revisão sistemática sobre as manifestações dermatológicas da COVID‐19 em pacientes pediátricos na base de dados PubMed, no ano de 2020, a coleta dos artigos ocorreu a partir dos descritores “cutaneous manifestations and children and covid‐19”.

Resultados: A apresentação cutânea mais prevalente foi o rash maculopapular morbiliforme, com 36,1%; 34,7% no que tange às lesões papulovesiculares e urticária em 9,7%. O rash cutâneo geralmente aparece juntamente com o início dos sintomas respiratórios. As erupções vesiculares costumam surgir precedendo o início da sintomatologia clássica, até o terceiro dia de doença. As lesões urticariformes que se caracterizam por aparecer juntamente com os sintomas, com placas elevadas, avermelhadas e pruriginosas. Essas lesões descritas atingem, prioritariamente o tronco, mãos e pés.

Discussão/Conclusão: Apesar da Covid‐19 não ser caracterizada por alterações dermatológicas, existem relatos de pacientes com a doença que apresentam manifestações cutâneas. Na dermatologia, muitas foram as manifestações cutâneas reportadas em casos antes, durante e depois dos sintomas e têm ajudado no entendimento de como o vírus afeta os demais órgãos e sistemas. Diante disso, profissionais de saúde devem ficar atentos à possibilidade de manifestações dermatológicas, principalmente cutâneas, que possam anteceder o quadro clínico característico da doença ou se mostrarem de forma semelhante a outras doenças infecciosas mais comuns. Com isso, mesmo que as informações acerca desse tema ainda não estejam muito claras, é fundamental observar as chances da doença se apresentar inicialmente por lesões cutâneas em crianças e testar para COVID‐19 em certos casos. Por fim, ainda se faz necessário a realização de mais estudos para explicar as causas dessas complicações e levar a um tratamento mais eficaz.