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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐433
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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM UM PACIENTE CIRRÓTICO: LESÕES MUCOSAS ATÍPICAS E ADVERSIDADES NO TRATAMENTO CLÍNICO
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Júlia Antunes Rizzo Bicalho, João Eugênio Loureiro Lopes, Eliane Ribas Tameirão da Silva, Livia Brunelli Palassi, Mariana Poltronieri Pacheco, Livia Zardo Trindade, Felipe Bertollo Ferreira, Ana Paula Hammer Sousa Clara, Fabiano Quarto Martins, Felipe Welling Lorentz
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), Vitória, ES, Brasil
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Introdução: A leishmaniose é uma doença causada pelo protozoário do gênero Leishmania, sendo os principais tipos a L. braziliensis e L. amazonensis, é considerada endêmica em torno de 90 países e tem incidência global de 1,5 a 2 milhões de novos casos por ano. O envolvimento da mucosa nasal e oral, ainda que menos frequente em relação a forma cutânea da doença, está associado a maior gravidade. O comprometimento mucoso geralmente aparece após 1 a 5 anos da cicatrização das lesões cutâneas iniciais, por provável disseminação sanguínea a partir do foco primário. A anfotericina B é um agente antifúngico com ampla gama de ações contra fungos, levedura e o protozoário Leishmania spp., as funções hepática e renal são condições essenciais a serem consideradas para sua introdução, visto que essa droga é potencialmente hepatotóxica e nefrotóxica.

Objetivo: Relatar e analisar aspectos sobre caso atípico de leishmaniose tegumentar em paciente cirrótico e manejo terapêutico da infecção frente a hepatopatia crônica.

Metodologia: Paciente do sexo masculino, 59 anos, portador de cirrose hepática de provável etiologia alcoólica, internado por aparecimento de lesões infiltrativas em mucosa oral, lábios, nariz e orelhas, que evoluíram ao longo de 10 meses, associadas a odinofagia. Apresentava ainda lesão ulcerada com bordas elevadas em joelho esquerdo e ascite de moderado volume. Na internação, durante a investigação do quadro dermatológico e da descompensação hepática, evoluiu com de hemorragia digestiva alta ulcerosa, peritonite bacteriana espontânea e síndrome hepatorrenal, todas estas devidamente tratadas. Foram realizadas biópsias do lábio inferior que não evidenciaram patógenos e a biópsia de lesão em joelho com raros amastigotas permitiu o diagnóstico de leishmaniose. Foi proposto o tratamento clínico com anfotericina B lipossomal, no 25° dia de internação, quando já havia melhora do quadro de descompensação da cirrose hepática.

Discussão/Conclusão: Ainda que menos de 5% dos pacientes com a forma cutânea da leishmaniose evoluam com acometimento mucoso, deve‐se atentar a necessidade do diagnóstico precoce a fim de garantir o tratamento imediato e evitar recorrências e sequelas. Alterações de função renal e hepática impactam no início da terapia com anfotericina B lipossomal, desse modo, a cirrose hepática descompensada com síndrome hepatorrenal representa um obstáculo para a introdução do medicamento e está associada ao atraso do tratamento, resultando em um pior prognóstico.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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