Journal Information
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Full text access
LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA COM ENVOLVIMENTO DE EPIGLOTE EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE
Visits
623
Isac Ribeiro Moulaz
Corresponding author
isacmoulaz@gmail.com

Corresponding author.
, João Peçanha Schuwartz, Yan Alves Gramacho, Lucas Rodrigues Diniz, Aloísio Falqueto
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

More info
Introdução

As características clínicas da leishmaniose dependem das propriedades do parasita (infecciosidade, patogenicidade, virulência) e fatores do hospedeiro (idade, estado nutricional, imunidade inata e celular). A reativação espontânea da leishmaniose, rara em pacientes imunocompetentes, geralmente ocorre devido à resistência a medicamentos ou inadequação terapêutica. Este relato de caso objetiva demonstrar uma apresentação rara de leishmaniose. O quadro é atípico pelo envolvimento da epiglote e evolução inesperada para um paciente imunocompetente.

Descrição do caso

Paciente masculino, 51 anos, lavrador aposentado, tabagista 56 maços-ano, residiu em Marabá-PA por 30 anos, com histórico de leishmaniose cutânea aos 14 anos (lesões ulceradas crônicas em face e membros). Em 2010, apresentou febres vespertinas, emagrecimento, tosse e odinofagia, com ressurgimento de lesões em região nasal e cavidade oral em 2014. Foi tratado em 2018 com anfotericina B lipossomal 2700mg e em 2019, por recidiva, com nova dose 2500mg. Em 2022, interna por quadro de disfagia, odinofagia, disfonia, escarros hemoptóicos, perda ponderal e febre vespertina, com lesão erosiva em septo e desabamento de pirâmide nasal. Escarro e baciloscopia para tuberculose negativos. Tomografia mostra palato mole deslocado e aderido à parede posterior da rinofaringe, com obliteração da coluna aérea; epiglote não caracterizada, formação tecidual de aspecto expansivo em sua topografia e obliteração subtotal da valécula. À laringoscopia: importante deformação anatômica com ausência de epiglote, extensas áreas infiltradas com granulações e placas de fibrina em cordas vocais. Biópsia incisional da lesão laríngea evidenciou inflamação crônica inespecífica com presença de escassas amastigotas. Evoluiu com necessidade de traqueostomia e gastrostomia e realizado novo tratamento com anfotericina B lipossomal 3000 mg. Apresentou boa evolução clínica, recebendo alta para seguimento ambulatorial.

Comentários

A leishmaniose mucocutânea pode simular condições infecciosas e neoplásicas, tornando o diagnóstico desafiador. A falha no diagnóstico precoce e a inadequação terapêutica podem resultar em pior prognóstico e maior chance de recidiva. Ambos os fatores foram determinantes na evolução do caso relatado e na disfunção orotraqueal perpetuada no paciente. Por fim, o tratamento, quando corretamente instituído, gera excelente resposta clínica e laboratorial, sendo imprescindível à contenção do quadro.

Palavras-chave:
Leishmaniose mucocutânea Amastigota Parasitologia
Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools