XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoO organismo gravídico, devido às suas diversas alterações, possui uma maior predisposição a ser acometido por cistites e infecções do trato urinário (ITU). Tais afecções são passíveis de encaminhamentos ao pré-natal de alto risco (PNAR), visto que podem afetar a saúde do binômio mãe-bebê, quando recorrentes.
ObjetivosInvestigar a frequência de atendimentos a pacientes gestantes com diagnóstico de cistite ou ITU no PNAR, bem como o rastreio e a associação dessa condição em diabéticas, no recôncavo baiano.
MétodosTrata-se de um estudo retrospectivo de corte transversal realizado através da análise de 249 prontuários de pacientes atendidas no PNAR da Policlínica Regional de Saúde (RECONVALE), entre 2018 e 2020. A tabulação foi realizada no programa Microsoft Excel versão 2013 e a análise estatística posterior, pelo Statistical Package for Social Sciences versão 23.0.
ResultadosO estudo demonstrou que 33/216 (15,3%) das gestantes foram diagnosticadas com cistite ou ITU, sendo a mediana das idades das pacientes de 27 anos (18,5-35), não apresentando diferença estatisticamente significante se comparadas às demais gestantes atendidas - com mediana de idade de 30 anos (24-37) e que não apresentaram esta condição, p = 0,292 (Mann-Whitney). Quanto à condição de Diabetes Mellitus, não foi possível realizar associação ao diagnóstico de Cistite/ITU, por meio da análise estatística da amostra p = 0,49 (qui quadrado). Percebeu-se também que, 207/224 (92,4%) pacientes realizaram sumário de urina ao longo da gestação, embora 56/192 (29,2%) não tenham realizado o exame de urocultura durante todo o pré-natal.
ConclusãoApesar de não ter sido possível associar o diagnóstico das patologias estudadas com a diabetes, nem com a idade das participantes, a prevalência de Cistite/ITU mostrou-se digna de nota. Revela-se a realização de rastreio para tais afecções na grande maioria das gestantes, embora seja importante ressaltar que a não realização de urocultura em toda a assistência pré-natal, verificada no presente estudo, foge ao que preconiza o Ministério da Saúde como rotina de exames e avaliação da qualidade do Pré-Natal.