Com o surgimento da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, tornou-se urgente entender a fisiopatologia e interação deste, com outros patógenos em diferentes situações clínicas, especialmente naquelas em que o paciente se encontra em maior risco e vulnerabilidade, como é o caso dos portadores de doença renal crônica submetidos ao transplante renal.
ObjetivoVerificar a soroprevalência de SARS-CoV-2 em crianças e adolescentes transplantados renais e um acompanhante (pai, mãe ou responsável).
MétodoTrata-se de um estudo transversal desenvolvido no Ambulatório de Transplante Renal Pediátrico, do Hospital do Rim e Hipertensão (Fundação Oswaldo Ramos). Adotou-se como critérios de inclusão: idade ≤ a 18 anos, aceitar participar do estudo com assinatura do TALE/TCLE, realizar coleta de exames laboratoriais no laboratório do Hrim.
ResultadosForam incluídos 18 crianças e adolescentes transplantados renais, com idade média 12,38 anos, mínima 4 e máxima 18 anos de idade. 11 (61,1%) participantes do sexo masculino. Em relação ao teste sorológico, 4 (22,2%) não haviam se vacinado contra COVID-19 no momento do teste. Destes, 2 (50%) apresentaram sorologia não reagente e 2 (50%) Reagente. Dentre os que receberam pelo menos 1 dose da vacina (14), 3 (21,4%) apresentaram resultado não reagente e 11 (78,6%) Reagente. Entre os 18 acompanhantes, a média de idade foi de 35 anos, 16 (88,88%) do sexo feminino. Para o teste sorológico, considerou-se 17 acompanhantes, visto que 1 não apresentou informações sobre a vacinação. 1 (5,88%) não recebeu vacina contra COVID-19 e apresentou teste sorológico Reagente. Dentre os 16 vacinados, todos estavam com sorologia Reagente para o SARS-CoV-2.
ConclusãoOs resultados demonstram a importância de conhecer o status sorológico de pacientes e acompanhantes, mesmo que vacinados, a fim de proporcionar maior segurança em saúde para todos os envolvidos no tratamento e acompanhamento ambulatorial do paciente transplantado. Além disso, estes achados poderão propor e mudar protocolos assistenciais, de prevenção e controle de infecção, estabelecer escore de risco, visto que se trata de uma população de maior risco e gravidade. Vale destacar o impacto social que medidas de prevenção e controle de infecção baratas, de fácil e imediata implantação no SUS, podem trazer à qualidade de vida, qualidade do cuidado, sobrevida do paciente e do enxerto, e para a segurança em saúde.
Ag. FinanciadoraFAPESP; CAPES.
Nr. Processo2021/04492-1.