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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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INFECÇÕES POR CMV APÓS TRANSPLANTE ALOGÊNICO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS EM UM CENTRO DE TRANSPLANTE NO BRASIL
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Amanda Azevedo Bittencourta,
Corresponding author
amanda.bittencourt@merck.com

Corresponding author.
, Rosangela Ferraz Ceredaa, Marina Della Negra de Paulaa, Vinicius Lima Faustinob, Paula de Mendonça Batistab, Thales José Bueno Polisb, Clarisse Martins Machadoc
a Assuntos Médicos Globais (MSD), Brasil
b Assuntos Médicos Globais (MSD), América Latina
c Laboratório de Virologia, Instituto de Medicina Tropical, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A viremia por citomegalovírus (CMV) após transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) está associada ao risco aumentado de mortalidade geral, aumento do número de infecções, doença do enxerto vs hospedeiro (DECH), e aumento do tempo de hospitalização. O uso de terapia preemptiva diminui a mortalidade mas não impede a viremia por CMV. Este é um estudo descritivo que avalia o impacto da viremia por CMV nos receptores de TCTH.

Objetivos

Primário: Descrever a proporção de óbitos relacionados à viremia por CMV em até 6 meses após o TCTH alogênico em adultos soropositivos para CMV. Secundário: Proporção de viremia por CMV associada a outras infecções e DECH.

Métodos

Estudo observacional, transversal, centro único (Hospital Amaral Carvalho, em Jaú/SP). A data em que os transplantes foram realizados variou de Jan 2014 a Jul 2021, e os dados foram coletados retrospectivamente de Ago 2021 a Fev 2022. Critérios de inclusão: ≥18 anos, CMV R+ submetidos ao TCTH alogênico. As variáveis foram resumidas por meio de estatística descritiva. Como análise secundária, foram separados os pacientes com CMV-viremia e os sem CMV-viremia, e foi realizada uma análise descritiva. O método utilizado para detecção de CMV-viremia foi o teste de antigenemia pp65. O resultado do teste de antigenemia ≥ 1 célula foi considerado positivo.

Resultados

O tamanho total da amostra final foi de 340 pacientes. A viremia por CMV ocorreu em 271 pacientes (79,7%), enquanto em 69 não houve CMV-viremia (20,2%). Um total de 51 pacientes (15%) morreram nos primeiros 6 meses pós TCTH. Nesta série, CMV-viremia não afetou a sobrevida global dos pacientes. Com relação ao tempo de internação, a média foi maior no grupo com CMV-viremia em comparação com o grupo sem CMV-viremia, p = 0,019. Falha/rejeição do enxerto foi observada em 12 pacientes (4,4%) com CMV-viremia e em três pacientes (4,3%) sem CMV-viremia. DECH foi observada em 178 pacientes com CMV-viremia (65,7%) e em 29 (42%) sem CMV-viremia (p < 0,001).

Conclusão

Considerando as limitações do desenho do estudo (centro único, tamanho amostral pequeno), não encontramos diferenças na mortalidade entre o grupo que teve viremia por CMV e aqueles que não tiveram. Porém, este estudo evidenciou aumento do tempo de internação e maior incidência de DECH em pacientes com viremia por CMV. Isso pode sugerir um potencial benefício do uso de antivirais para a profilaxia impedindo a viremia ou reativação do CMV.

Palavras-chave:
Citomegalovírus Transplante alogênico de células-tronco Doença do enxerto vs hospedeiro
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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