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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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INFECÇÕES DA CORRENTE SANGUÍNEA NOS PRIMEIROS 180 DIAS APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: FREQUÊNCIA, ETIOLOGIA E IMPACTO SOBRE A MORTALIDADE
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Luiz Felipe de Abreu Guimarãesa,
Corresponding author
luizfelipeag@gmail.com

Corresponding author.
, Tainara Moreira Curciob, Larissa de Oliveira Pereirab, Anderson Brito-Azevedoa, Claudia Cristina Tavares de Sousaa, Samanta Teixeira Bastoa, Eduardo de Souza Martins Fernandesa, Guilherme Santoro-Lopesb
a Hospital Adventista Silvestre, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

As infecções da corrente sanguínea (ICS) são frequentes após transplante hepático, acometendo 19 a 41% dos receptores. Estão associadas a elevadas morbidade e mortalidade, sobretudo quando causadas por bactérias multidroga resistentes (MDR).

Métodos

Avaliação retrospectiva de coorte de pacientes submetidos a transplantes de fígado no Hospital Adventista Silvestre entre 2015 e 2020. O diagnóstico de ICS nos primeiros 180 dias pós-transplante foi realizado através de sistemas automatizados de cultivo, com identificação e antibiograma realizados através de metodologia automatizada, com complementação diagnóstica com testes de bancada, conforme a necessidade. A comparação da mortalidade em 1 ano foi calculada por meio do teste de qui quadrado, utilizando o software OpenEpi.

Resultados

No período de estudo, foram realizados 564 transplantes em 530 receptores. 53 receptores (10%) apresentaram 72 episódios de ICS nos primeiros 180 dias após o transplante hepático, com mediana de tempo desde o transplante até o diagnóstico de ICS igual a 14 dias. Houve isolamento de 77 microrganismos nos 72 episódios. Houve 5 casos (7%) de infecções polimicrobianas e 9 casos (13%) de bacteremia persistente, definida como isolamento do mesmo microrganismo em hemocultura dentro de 15 dias após a cultura inicial. Em 44 episódios (57%), foram isoladas enterobactérias, com predomínio de Klebsiella pneumoniae (30 episódios; 39%). Nos demais, foram isolados cocos Gram-positivos (n = 19; 25%), bacilos Gram-negativos não fermentadores (n = 11; 14%) e leveduras (n = 3; 4%). Em 27 episódios (38%), houve isolamento de bactéria MDR. A mortalidade em 7 e 30 dias entre pacientes acometidos por ICS, foi de 17% e 44%, respectivamente. Notavelmente, pacientes acometidos por ICS por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos tiveram mortalidade de 71% em 30 dias. Os receptores acometidos por ICS tiveram mortalidade de 62% em 1 ano, enquanto nos não acometidos a mortalidade foi de 20% em 1 ano (p < 0,001, Odds Ratio de 6,60, IC95%: 3,64-12,20).

Conclusão

Nesta coorte recente de transplante hepático, a ICS continua sendo complicação frequente, com proporção expressiva causada por bactérias MDR. Sua ocorrência se deu predominantemente no período pós-transplante precoce e esteve associada com elevada mortalidade em 7 e 30 dias, além de ter sido associada com elevação significante de mortalidade em 1 ano, na comparação com pacientes sem diagnóstico de ICS.

Palavras-chave:
Transplante hepático Infecção de corrente sanguínea Prognóstico Epidemiologia Etiologia
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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