IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoAs infecções oportunistas (IO) surgem como consequência da imunossupressão em pacientes HIV em estágios avançados da infecção e são causadas por vírus, bactérias, fungos e protozoários. Essas infecções são definidoras da AIDS, afetam a saúde, a qualidade de vida e aumentam a morbimortalidade entre esses pacientes.
ObjetivoDescrever o perfil epidemiológico das infecções oportunistas em pacientes HIV/AIDS internados na UTI adulto de um Hospital Referência em Infectologia de Goiás no período de 1° de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2022.
MetodologiaTrata-se de um estudo transversal realizado a partir de dados secundários obtidos em um Hospital de Referência em Infectologia e em um Laboratório de Saúde Pública localizados em Goiás. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (CAAE 67516423.3.0000.0034). Associações estatísticas foram verificadas pelo teste exato de Fisher (α = 5%; p < 0,05). Razão de prevalência, com intervalo de confiança de 95%, foi utilizada para avaliar a magnitude das associações entre o desfecho e as variáveis analisadas.
ResultadosDo total de internações (n = 68), a maioria dos pacientes era do sexo masculino (72,1%), da raça parda (95,6%) e solteiro (82,4%). A distribuição das IO foi mais prevalente entre pacientes de 25 a 44 anos (70,5%), com idade variando de 20 a 68 anos. A idade média dos pacientes do sexo masculino foi de 36,1 ± 10,0 anos, já do sexo feminino foi de 44,7 ± 12,7 anos. As IO foram mais frequentes em pacientes que possuíam ensino fundamental incompleto (38,2%), ensino médio completo (19,1%) e ensino fundamental completo (16,2%). Em relação ao desfecho clínico, 85,3% evoluíram para óbito, desses 43 eram do sexo masculino e 15 do sexo feminino. Sobre as IO, a doença citomegálica (82,4%) foi a mais frequente, seguida por toxoplasmose (51,5%), candidíase (42,6%), criptococose (32,4%), pneumocistose (32,4%) e histoplasmose (30,9%). A média de IO por paciente foi de 2,7. A prevalência de óbito foi 1,270 (IC95%1,095-1,474) vezes maior nos pacientes com histoplasmose, além disso, verificou-se associação estatisticamente significante entre histoplasmose e óbito (p = 0,025).
ConclusãoA maioria dos pacientes evoluiu para óbito, apesar da disponibilidade da terapia antirretroviral, capaz de reduzir a morbimortalidade dos pacientes vivendo com HIV/AIDS. Entretanto, os benefícios dessa terapia dependem da adesão do paciente ao tratamento.