IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA notificação das infecções e resistência microbiana permite que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e serviços de saúde tracem o cenário da ocorrência de cada tipo de infecção e permite que conheçam a distribuição e o perfil de resistência aos antimicrobianos dos principais microrganismos. Nas unidades de terapia intensiva as infecções de corrente sanguínea e de trato urinário apresentam maior representatividade de padrão de resistência devido à necessidade do uso frequente de antimicrobianos, dispositivos invasivos e as culturas estarem presentes nos seus critérios diagnósticos. Conhecer o perfil de resistência microbiana em determinado local auxilia no controle e na implementação de intervenções para minimizar os danos.
ObjetivoCaracterizar o perfil de resistência aos antimicrobianos das Infecções Primárias de Corrente Sanguínea Laboratorial e Infecções de Trato Urinário acometidas em pacientes de unidade de terapia intensiva adulto do estado de Goiás.
MetodologiaEstudo transversal, descritivo, com dados obtidos da Anvisa disponíveis nos Boletins Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Foram consideradas notificações de infecções relacionadas à assistência à saúde de 2019 a 2022 referentes às unidades de terapia intensiva adulto do estado de Goiás.
ResultadosNo período avaliado, o ano de 2021 se destacou com 47% (N = 605) bactérias gram-negativas e 53% (N = 676) gram-positivas isoladas para as infecções de corrente sanguínea, destas, 98% (N = 1.261) apresentaram resistência a carbapenêmicos, cefalosporinas de 3ª e/ou 4ª geração, polimixinas B e/ou E e vancomicina. No que se refere às infecções do trato urinário, o ano mais expressivo foi 2021, que isolou 76% (N = 402) bactérias gram-negativas e 24% (N = 144) gram-positivas, dentre as quais, 94% (N = 573) apresentaram resistência a carbapenêmicos, cefalosporinas 3ª e/ou 4ª geração, polimixinas B e/ou E e vancomicina.
ConclusõesO aumento no perfil de resistência dos microrganismos resulta em infecções difíceis de serem controladas e impacta na morbimortalidade dos pacientes das unidades de terapia intensiva. Conhecer essa realidade do local onde se atua faz-se necessário para estabelecer ações de melhoria na utilização de antimicrobianos.