Data: 18/10/2018 ‐ Sala: 3 ‐ Horário: 15:40‐15:50 ‐ Forma de Apresentação: Apresentação oral
Introdução: O Núcleo Municipal de Controle de Infecção Hospitalar (NMCIH) da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) de Covisa/SP coordena as ações de vigilância epidemiológica das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) no Município de São Paulo. Em outubro de 2013 foi iniciado projeto conjunto de vigilância epidemiológica e sanitária voltado para a prevenção e o controle das IRAS em serviços de diálise.
Objetivo: Descrever as ações de vigilância epidemiológica após notificação de casos de infecção primária da corrente sanguínea (IPCS) em serviços de diálise causadas por Ochrobactrum anthropi à Covisa.
Metodologia: Criada planilha Excel, pelo Programa Estadual de Controle de Infecção Hospitalar (CVE/SP), com preenchimento dos casos de IPCS pela equipe dos serviços de hemodiálise. As planilhas são encaminhadas ao NMCIH/DVE/Covisa com cópia para a divisão de vigilância sanitária de serviços de saúde da Covisa. Na suspeita de surto de IRAS, os casos são avaliados com a inclusão de análise microbiológica dos agentes causadores das infecções no laboratório de microbiologia do Instituto Adolfo Lutz (IAL).
Resultado: Em outubro de 2017, o NMCIH/DVE/Covisa foi notificado da ocorrência de dois pacientes que evoluíram com IPCS provenientes de dois serviços de hemodiálise e que foram atendidos no pronto‐socorro de hospital, ambos com hemocultura positiva para Ochrobactrum anthropi. Posteriormente, foram notificados mais dois casos de IPCS pelo mesmo agente em outras clínicas de hemodiálise. A inspeção sanitária dos serviços em saúde revelou oportunidades de melhorias nos processos de cuidado dos pacientes com cateter vascular central de longa permanência, mas sem a identificação de um elemento comum aos quatro casos notificados. A análise microbiológica das amostras feita no IAL confirmou a identificação de Ochrobactrum anthropi e a tipagem epidemiológica por eletroforese em campo pulsado (PFGE) não caracterizou a distribuição clonal, é pouco provável a fonte única comum das infecções. Nos meses subsequentes não ocorreram casos novos de IPCS por esse agente em serviços de hemodiálise.
Discussão/conclusão: As ações integradas de vigilância epidemiológica de caráter interinstitucional, com participação da CCIH do hospital, UVIS, laboratório de microbiologia do IAL e Covisa, favoreceram a investigação de casos de IPCS em serviços de hemodiálise por agente inusitado, foi excluída fonte única comum de infecções.