D.F, 45 anos, solteiro, confeiteiro. Diagnóstico prévio de infecção pelo HIV em maio/21, sem tratamento até o momento. Buscou o serviço de emergência devido piora de estado geral, vômitos frequentes, perda de 12 kg em 3 meses, astenia e episódios diários de cefaleia. Investigado inicialmente com tomografia de crânio que evidenciou lesão em núcleos da base. Paciente imunossupresso com contagem de CD4 65 cel/mm 7,08% e carga viral do HIV de 2.484.449 cópias/mL e log 6,4 e. Realizada punção lombar diagnóstica com pressão de abertura de 440 mmH2O, pesquisa direta para fungos evidenciando Cryptococcos sp. Morfologia em cultura compatível com Cryptococcos gatti. Ressonância magnética demonstrou múltiplas lesões coalescentes em núcleos da base, bilateralmente, compatíveis com pseudocistos gelatinosos por infecção criptococica. Após estabelecido o diagnóstico de meningoencefalite foi iniciado terapia com Anfotericina B associado com fluconazol até a disponibilização de fluorcitosina. Realizadas punções lombares de alívio para melhora sintomática. Melhora clínica com terapia de indução durante 42 dias, com negativação de cultural após 30 dias. Iniciada TARV duas semanas após início da terapia de indução antifúngica. Recebeu alta hospitalar em uso de TARV, profilaxias para infeções oportunistas e tratamento de consolidação com fluconazol para criptococose. C. gattii é uma levedura de basidiomiceto haplóide encapsulada cujo o reservatório natural parece ser solo e debris de plantas. Causa infecção nos pulmões e no sistema nervoso central, apresentando desde nódulos pulmonares assintomáticos até doença disseminada fatal. No Brasil, ocorre predominantemente em pacientes não infectados pelo HIV. É considerado um patógeno primário, que frequentemente infecta imunocompetente embora estudos recentes sugiram vários fatores imunossupressores, como função pulmonar reduzida decorrente de infecções pulmonares anteriores e tabagismo, cânceres invasivos, uso de corticosteroides e idade avançada. As infecções criptocócicas associadas ao HIV são mais frequentemente causadas por C neoformans. A ressonância magnética é a neuroimagem preferida em pacientes com HIV e pode demonstrar realce leptomeníngeo ou doença focal. A meningite por C. gattii pode ser completamente curada nos estágios iniciais. O tratamento antifúngico é baseado em anfotericina B em combinação com fluorcitosina e/ou fluconazol e em estágios mais avançados da doença, cirurgia e corticosteroides podem ser necessários.
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