XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA coexistência de comorbidades correlacionam-se ao óbito em indivíduos hospitalizados com COVID-19. O uso do índice de comorbidade de Charlson (ICC) pode ser uma potencial ferramenta para a predição do risco de doença grave e óbito em indivíduos com COVID-19.
ObjetivosDeterminar a aplicabilidade do ICC na avaliação de indivíduos com COVID-19 com múltiplas comorbidades admitidos em hospital terciário e a associação com óbito.
MétodosEstudo transversal, incluindo 782 indivíduos com diagnóstico laboratorial e/ou clínico -epidemiológico de COVID-19, portadores ≥ 1 (uma) comorbidade, hospitalizados no período de março/2020 a março/2021. Dados demográficos e clínicos foram obtidos através de prontuário eletrônico e banco de dados institucional (VisualizaCOVID19). Foi utilizado o ICC adaptado (ICCA). Realizou-se as análises descritivas e regressão logística utilizando-se o software R e GraphPad Prism 9.
ResultadosEm 782 pacientes, 395/782 (50,5%) eram mulheres, 355/782 (45,4%) não brancos com mediana de idade de 65 (IQR -19) anos e 405/681 (59,4%) tinham escolaridade ≤ 8anos. Na população de estudo, registrou-se 2,8 ± 1,5 (variação de 1 -9) comorbidades / indivíduo, sendo 449/782 (57,4%) com ICCA (escores ≥ 3). A taxa de letalidade foi de 35,3%. A análise multivariável identificou o ICCA (escores ≥ 3) (OR: 3.030: IC 95% - 1.682 a 5.598: p < 0,001), o uso de ventilação mecânica (OR: 7.772: IC 95% - 3.652 a 16.63: p < 0,0001) e de aminas (OR: 8.471; IC95% - 4.113 a 17.81: p < 0,0001) como variáveis associáveis ao óbito.
ConclusãoOs achados sugerem que o uso do índice de comorbidade de Charlson poderia otimizar a avaliação e manejo de pacientes com COVID-19 hospitalizados em instituições terciárias.