XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma complicação do quadro de síndrome gripal que evolui com comprometimento respiratório, podendo levar à hospitalização sem outra causa específica. O interesse nessa manifestação clínica aumentou após a recente epidemia do vírus SARS-CoV-2, porém a SRAG também pode ter outros agentes etiológicos. O presente trabalho buscou quantificar a ocorrência da SRAG no estado do Paraná entre 2018 e 2022 e suas principais causas.
MétodosOs dados de número de casos, óbitos e causas foram extraídos dos boletins epidemiológicos da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná em cada período estudado. As causas da síndrome foram agrupadas em SRAG por Influenza, SRAG por COVID, SRAG por outro agente e SRAG não especificada, servindo de base para a elaboração de gráficos da ocorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave no estado no intervalo de 2018 e 2022.
ResultadosNa soma dos dois períodos iniciais (2018 e 2019), o número de casos e óbitos foram inferiores a 10 mil e 1.400, respectivamente, com destaque para SRAG por Influenza e SRAG por outros agentes. Esses dois anos correspondem ao período pré-pandêmico, anterior a chegada do vírus SARS-CoV-2 no país. Em 2020 o número de casos superou 63 mil registros e 12 mil óbitos, tendo como principais categorias o SRAG por COVID e SRAG não especificada, totalizando 90% das ocorrências. Em 2021 os registros mais que dobrariam, ultrapassando os 137 mil casos e 29 mil óbitos, com destaque para o vírus SARS-CoV-2 como principal agente etiológico da SRAG. Nesse período a epidemia de COVID atingiria o pico superando os 90 mil casos e causando 26 mil óbitos no Paraná. Em 2022, o vírus SARS-CoV-2 deixou de ser o principal agente causador e a categoria de SRAG não especificada foi responsável pela maior porcentagem dos casos. Essa tendência de redução nos casos de SRAG por COVID e manutenção dos casos de SRAG não especificada continuaria em 2023, indicando que independente do vírus SARS-CoV-2 a ocorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave não voltará em curto prazo ao patamar pré-pandêmico.
ConclusãoA ocorrência da SRAG no Paraná foi crescente no período estudado, tendo o vírus SARS-CoV-2 como principal responsável a partir de 2020. No último período foi observado uma significativa redução, embora o número de casos de SRAG não especificada permaneça elevado.