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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 059
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IMPACTO DA COVID-19 EM UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO E ORIENTAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS
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Michel Laks, André Koutsodontis Machado Alvim, Lina Paola Miranda Ruiz Rodrigues, Felipe Silva Durães, Maria Lucia Neves Biancalana
Unidade Paulista, A Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução/Objetivo

a pandemia pelo SARS-CoV-2 trouxe consequências relacionadas ao controle de infecção nos serviços de saúde, que podem levar a mudanças no gerenciamento do uso de antimicrobianos. O objetivo do estudo é descrever as alterações microbiológicas e no consumo de antimicrobianos ocorridas em um programa de gerenciamento de antimicrobianos durante a pandemia.

Métodos

trata-se de estudo observacional analítico com coleta retrospectiva de dados realizado em hospital terciário de alta complexidade, que descreve o perfil microbiológico das infecções relacionadas à assistência à saúde (IrAS) de 2014 a 2020, o consumo de antimicrobianos de 2018 a 2020 e as intervenções realizadas pela equipe de controle de infecção nas prescrições de antimicrobianos de 2017 a 2020. Foi realizada análise descritiva dos dados através de testes estatísticos, considerando a significância de 0,05.

Resultados

em 2020 ocorreram 634 IrAS, com identificação de 680 microrganismos. Houve mudança no perfil microbiológico, com predominância de bactérias Gram-negativas, sobretudo Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Stenotrophomonas maltophilia; também ocorreu mudança no perfil de bactérias Gram-positivas, com aumento de infecções por Enterococcus sp, sobretudo como agente de infecção de corrente sanguínea (ICS). Houve aumento na densidade de incidência de ICS por bactérias multidroga resistentes por 1000 pacientes-dia (de 0,31 para 0,38). Identificou-se aumento da resistência de Klebsiella pneumoniae a carbapenêmicos (de 42,4 para 48,2% de isolados resistentes), enquanto Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa não apresentaram modificações significativas no fenótipo de resistência. A análise do consumo de antimicrobianos evidenciou aumento no uso de meropenem, piperacilina-tazobactam, polimixina B e equinocandinas na UTI referência para COVID-19, quando comparada às outras UTI. Não houve mudança relevante no consumo de antimicrobianos utilizados no tratamento de Gram-positivos, tampouco nas intervenções realizadas pela equipe de controle de infecção nas prescrições de antimicrobianos.

Conclusão

a pandemia de COVID-19 trouxe transformações significativas à microbiologia das IrAS e um aumento no consumo de antibióticos de largo espectro, que justificam alterações nas estratégias de prevenção de infecções, incluindo revisão do gerenciamento do uso de antimicrobianos, sobretudo a terapia empírica para bactérias Gram negativas.

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