12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: Prefeitura de São Bernardo do Campo ‐ SMS
Introdução: A Febre Maculosa é uma doença infecciosa febril aguda causada por bactérias Gram‐negativas, intracelulares obrigatórias do gênero Rickettsia Rickettsii, transmitidas ao homem pela picada do carrapato infectado, do gênero Amblyoma. O Município de São Bernardo do Campo localiza‐se na região Metropolitana de São Paulo, população de 844.483 hab (IBGE ‐ 2020). Parte do território em áreas de mananciais com resquícios de Mata Atlântica. Algumas regiões do município são consideradas áreas de risco para transmissão de Febre Maculosa. Foram notificados casos de Febre Maculosa no SINAN NET do município a partir de 2007 mantendo ocorrências dos casos até os dias atuais. É uma doença de notificação compulsória, considerada de grande importância devido sua alta letalidade sendo necessário promover ações especificas para identificação destas áreas a fim de ajudar na identificação precoce dos casos e evitar óbitos pela doença.
Objetivo: Identificar as áreas de risco para transmissão de Febre Maculosa no município de São Bernardo do Campo para estabelecer estratégias de prevenção e controle da doença.
Metodologia: Pesquisa descritiva. Utilizados dados da base do banco do SINAN NET Febre Maculosa e avaliação das Fichas de Investigação Epidemiológica dos casos de janeiro de 2007 a setembro de 2020 de pacientes residentes no município de São Bernardo do Campo.
Resultados: De 2007 a 2020 foram notificados 260 (100%) casos suspeitos de Febre Maculosa, sendo descartados 215 (83%), inconclusivos 2 (1%), confirmados 34 (13%) e em investigação 9 (3%). Dos casos confirmados eram do sexo masculino 18 (53%) e feminino 16 (47%), com mediana de idade de 17 anos (amplitude de 1 a 71 anos). Foram provenientes dos bairros: Alvarenga 19 (56%), Cooperativa 6 (17%), Montanhão 5 (15%), Dos Casas 1 (3%), Assunção 1 (3%), Baeta 1 (3%) e Jordanópolis 1 (3%). Evoluíram a cura 9 (26%) e óbito 25 (74%) pacientes. Taxa de letalidade de 73,5%. O mês de maior ocorrência de casos foi outubro 7 (21%).
Discussão/Conclusão: A letalidade apresenta taxa elevada refletindo a necessidade da divulgação desta doença para todos os profissionais da saúde e para as populações das áreas identificadas como de maior risco no município. Todos os profissionais e serviços de saúde devem ser capacitados e estar alerta. Promover educação e conhecimento das áreas de risco para profissionais torna ‐ se necessário e promove embasamento para uma boa anamnese contribuindo para o manejo clínico adequado da doença.