O vírus da hepatite B (HBV) causa um grande impacto social e financeiro, e sua evolução pode culminar em cirrose, carcinoma hepatocelular e óbito.
ObjetivoAnalisar os fatores associados entre as características demográficas e os tipos de exposição.
MétodoEstudo transversal analítico, a partir das notificações do HBV, registradas no Sistema de Informação de Agravo e Notificação, realizas pelos municípios que compõem a 17ª regional de saúde do Paraná no período de 2007 a 2021. Para análise bivariada, utilizou-se, a Regressão de Poisson com ajuste robusto da variância, intensidade da associação determinada por meio de razão de prevalência com intervalo de confiança 95% e um nível de significância de 0,05. CAAE: 21738719.9.0000.523.
ResultadosDos 3633 casos elegíveis, observa-se predomínio do sexo masculino (55,6%), idade de 18 a 59 anos (54,4%) e com até 9 anos de estudos (38,9%). Na análise bivariada, notou-se associação estatisticamente significativa entre a variável sexo masculino e os seguintes tipos de exposição: medicamentos injetáveis (RP 1,11; IC 95% 1,03-1,21), tratamento cirúrgico (RP 1,15; IC 95% 1,06-1,26) e Hemodiálise (RP 1,24; IC 95% 1,03-1,49). Enquanto, a faixa etária de 18 a 59 anos foi associado a exposição transfusional (RP 1,38; IC 95% 1,21-1,58), tratamento cirúrgico (RP 1,31; IC 95% 1,20-1,42), hemodiálise (RP 1,62; IC 95% 1,41-1,87) e transplante (RP 1,59; IC 95% 1,22-2,06). No grupo com baixa escolaridade, ocorreu associação entre tatuagem e piercing (RP 1,27; IC 95% 1,11-145), material biológico (RP 1,73; IC 95% 1,43-2,09) e acupuntura (RP 1,39; IC 95% 1,18-1,63).
ConclusãoO uso de medicamentos injetáveis mostrou-se associado ao sexo masculino e exposição transfusional à faixa etária de 18 a 59 anos. Enquanto, tatuagem e piercing, material biológico e acupuntura foram fatores de exposição à baixa escolaridade. Por fim, tratamento cirúrgico e hemodiálise foram associados ao sexo masculino e à faixa etária de 18 a 59 anos.