Analisar os fatores associados ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual entre médicos brasileiros durante a pandemia da COVID-19.
MétodoEstudo transversal analítico realizado no período de outubro a dezembro de 2020 com médicos de todas as regiões do Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de mídias sociais como Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp e e-mail, com envio de um link para o acesso ao formulário da pesquisa. Os dados foram coletados por meio da plataforma surveymonkey e analisados no software R, versão 4.0.4. O teste qui-quadrado e teste exato de Fisher foram utilizados para testar a hipótese da associação entre o desfecho e as variáveis independentes. Regressão logística foi aplicada considerando todas as variáveis do estudo.
Resultados1298 médicos de todas as regiões do Brasil participaram do estudo. Quanto aos fatores associados a usar EPI recomendados durante assistência a pacientes com COVID-19, observou-se: ser do sexo feminino (OR = 1,570; IC: 1,242-1,986; p = 0,000); atuava em UTI (OR = 2,785; IC: 2,067-3,751; p = 0,000) e recebeu capacitação no contexto da COVID-19 (OR = 1,620; IC: 1,254-2,092; p = 0,000) tiveram mais chance de usar os EPI necessários para assistência a pacientes com COVID-19. Quanto aos procedimentos que geram aerossóis no contexto da COVID-19, verificou-se os seguintes fatores associados: atuava na UTI (OR = 2,631; IC: 1,993-3,474; p = 0,000); prestou assistência em hospital de campanha (OR = 1,349; IC: 1,046-1,740; p = 0,021) e a instituição de trabalho forneceu EPI de boa qualidade (OR = 1,931; IC: 1,200-3,107; p = 0,007) tiveram mais chance de usar corretamente o EPI durante procedimentos que geram aerossóis no contexto da COVID-19.
ConclusãoForam identificados fatores associados ao uso de EPI necessário em pacientes com COVID-19 e fatores associados ao uso de EPI para procedimentos que geram aerossóis. Intervenções educativas para profissionais e gestores devem ser implementadas a fim de orientá-los a se protegerem e aos demais.