12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: UNESA
Nr. Processo: 1
Introdução: A despeito de esquemas de tratamento e profilaxia conhecidos persistem incidências elevadas de sífilis congênita.
Objetivo: Analisar fatores clínicos, de imagem e laboratoriais associados ao diagnóstico de sífilis congênita.
Metodologia: Estudo seccional em crianças nascidas no IFF de 2005 a 2018 suspeitas de sífilis congênita (SC) confirmada ou provável segundo o segundo o Center for Disease Control (CDC), em que o teste não treponêmico VDRL do recém‐nato (RN) foi até 4 vezes o resultado da mãe durante a gestação ou o parto e caso provável os de RN com títulos de VDRL<ou=4 vezes o materno e cujas mães não foram tratadas corretamente, seja pelo não uso de penicilina Cristalina, Benzatina ou Procaína ou dose/frequência não preconizadas. Foram extraídos dados dos prontuários de 230 recém‐natos e suas mães, e elaborado banco de dados em Epi‐Data Entry. As frequências de SC foram comparadas por qui‐quadrado ao nível de 5% e expressas em odds ratio com IC 95%. As variáveis contínuas comparadas pelo teste t de Student e quando não paramétricas expressas por mediana e Intervalo interquartil IIQ (25% ‐ 75%).
Resultados: Totalizaram 156 prontuários, 48 SC e 108 sem este diagnóstico, 2/3 cor parda ou negra, distribuição semelhante por sexo, 51,6% nascidos por cesariana de mães residentes no RJ (96%) com média de 25,4 anos (dp 7,4) de idade, 25% mães adolescente e multíparas (69,6%),>1 abortos (29,3%). A realização de pré‐natal e especificamente pré‐natal no IFF conferiu proteção com redução de 71% e 67%, respectivamente, do risco de sífilis congênita. A presença de icterícia esteve associada a este diagnóstico OR 1,97 (1,22;3,17) com uma chance duas vezes aquela das crianças com ausência de icterícia. Alteração à fundoscopia apresentou uma chance duas vezes maior OR 3,06 (1,58–5,95) e dismorfia facial OR 1,45 (1,30–162). Recém Natos não diferiram quanto aos altos valores de APGAR no primeiro minuto ou no quinto minuto. As médias (dp) dos pesos e estaturas dos RN também foram semelhantes nos dois grupos: SC 2,839kg (623,1) e Controle 2,889kg (623,9) (p=0,86); estatura SC 48,3cm (3,9) e C 48,5cm (4,2). (p=0,61). As anormalidades em termos absolutos mais frequentes foram: icterícia (28), anemia (12), alterações oculares, hipotonia/hipertonia (6). Alteração auditiva ao exame PEATE ocorreu em somente 10 recém‐natos sendo 5 do grupo de sífilis congênita.
Discussão/Conclusão: Pré‐natal com atenção para o diagnóstico reduziu o riso de SC. Icterícia e alteração à fundoscopia foram mais frequentes.