XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA dengue é uma das arboviroses mais prevalentes no Brasil, e sua disseminação nas últimas décadas é alarmante. No panorama mundial o Brasil tem o maior número de casos absolutos de dengue. No País, as esferas governamentais se responsabilizam pelo controle da dengue, cujas ações vão desde o controle de vetores, fiscalizações e notificações. Apesar disso, se observa que o número de notificações é crescente.
ObjetivoAnalisar o perfil epidemiológico da notificação dos casos de dengue nos estados do nordeste de 2011 a 2021.
MétodosEstudo epidemiológico transversal, de abordagem quantitativa, descritiva que utilizou informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/-DATASUS), de janeiro de 2011 a dezembro de 2021, os participantes selecionados foram a população do nordeste diagnosticadas com dengue.
Resultados/discussãoContatou-se que foram registrados 1.930.184 casos de Dengue no Nordeste do Brasil de 2011 a 2021, ocupando o segundo lugar como o estado brasileiro com maior número de notificações, ficando atrás somente da região Sudeste, com 3.858.563 casos notificados no mesmo período. No Nordeste observou-se um aumento de 19,54% no número de notificações no período de 2011 para 2012, em contrapartida, houve um decréscimo de 55,77% de 2013 a 2014 e de 3,66% de 2014 a 2015, mantendo valores de porcentagens inferiores até o ano de 2019, quando ocorreu um aumento de 68,95%, já de 2019 até 2021 houve uma redução de 37,20%. Comparando aos estados do próprio nordeste, é possível observar um aumento significativo entre o estado da Bahia e o estado do Ceará, em que o Ceará alcança a marca de 255.739 casos notificados, enquanto a Bahia exibe 332.709 casos notificados no mesmo período. Analisando as regiões do País, o Nordeste destaca-se negativamente em comparação ao sul, que obteve aproximadamente 3,5 vezes menor o número de notificações dos casos de dengue notificados.
ConclusãoÉ possível observar o panorama preocupante da Região do Nordeste, que ocupa a segunda posição no ranking das regiões do País. Dado relevante, se observa no período pandêmico, em que houve um decréscimo nas notificações, tal fato pode ser justificado pelo isolamento social, e por falta de profissionais na atenção básica. Assim, conclui-se com esse trabalho a importância das notificações, para que seja possível notar as regiões com maior necessidade de campanhas que visem mitigar essa doença.