12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoSessão: TEMAS LIVRES | Data: 01/12/2020 ‐ Sala: 3 ‐ Horário: 18:45‐18:55
Introdução: A população com HIV em uso dos novos esquemas terapêuticos aumentou a sobrevida ao longo dos anos levando a maior preocupação com comorbidades e toxicidade relacionadas ao envelhecimento. As opções da classe ITRN disponíveis no Brasil apresentam limitações nesse aspecto, desde a toxicidade renal e óssea do Tenofovir na 1ª linha, como Sd. Metabolica e Lipodistrofia com Zidovudina, além de risco cardiovascular aumentado com Abacavir como alternativas. Sendo assim, cresce a necessidade de esquemas terapêuticos eficazes livres de inibidores análogos da transcriptase reversa. Muitos pacientes com toxicidade e necessidade de esquema simplificado fizeram uso de outras terapias no passado e inclusive com falha terapêutica, levando a necessidade de esquema com maior barreira genética, surgindo a associação DTG/DRVr como alternativa.
Objetivo: Avaliar eficácia terapêutica na supressão virológica da terapia dupla com DTG/DRVr.
Metodologia: Estudo retrospectivo de pacientes naive para TARV ou em switch por toxicidade aos ITRNs com DTG/DRVr na prática clínica de hospital de referência em doenças infecciosas.
Resultados: Ao total foram 30 pacientes com terapia dupla DTG/DRVr, sendo 66,6% do sexo masculino (n=20), idade média de 52 anos (var 24‐81) e 60% destes com idade acima de 50 anos. Destes 24 apresentavam exames pós inicio de terapia, com 91,6% de supressão virológica (n=22), e dois pacientes com carga viral detectada (1 paciente com CV=123.005 cópias e CD4=159 cels/mm3, apresentando histórico de baixa adesão e nunca apresentou supressão virológica em esquemas antirretrovirais prévios, e 1 paciente com DRC não dialítica, com CV=41 cópias e CD4=817 cels/mm3). A dosagem de CD4 média dos pacientes foi 542 cels/mm3 (var 14‐1176). As principais razões para simplificação foram: alteração de função renal, risco cardiovascular elevado e toxicidade ao tenofovir.
Discussão/Conclusão: O estudo atual evidenciou elevada supressão virológica com a terapia dupla DTG/DRVr na vida real, sendo opção terapêutica para simplificação de tratamento sem ITRNs, com maior segurança em relação a risco de resistência a longo prazo e seguro em pacientes idosos. São necessários mais estudos e com maior tempo de acompanhamento.