XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoOs avanços no tratamento da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS/HIV) propiciaram uma redução significativa da mortalidade. Entretando, ainda é fundamental a análise epidemiológica desta doença no Brasil, para que seja observada a atual tendência de infecção. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é analisar a taxa de mortalidade por AIDS, tendo em vista a importância do direcionamento popular para manter o controle, visando erradicar o HIV.
MetodologiaTrata-se de um estudo observacional, transversal e retrospectivo utilizando o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS/DATASUS) para examinar a taxa de mortalidade relacionada ao HIV no Brasil entre 2012 e 2022. Foram analisadas variáveis como macrorregião, sexo, raça/cor, caráter de atendimento e idade. Por se tratarem de dados provenientes de fontes públicas, não foi necessária a avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa.
ResultadosEntre janeiro de 2012 e dezembro de 2022, o Brasil registrou uma taxa de mortalidade de 11,7% por doenças relacionadas ao HIV. Ao analisar as macrorregiões, constatou-se que o Norte apresentou a maior taxa (15,27%), seguido pelo Sul (12,10%), Sudeste (11,66%), Nordeste (11,01%) e, por fim, Centro-Oeste (9,46%). Com relação o sexo, a taxa de mortalidade foi maior no sexo masculino (12,22%) e o feminino foi de 10,88%. Quanto a variável raça, predominou a raça indígena (17,10%), seguida pela parda (11,79%). As raças branca e preta apresentaram taxas iguais (10,70%), e a amarela registrou uma taxa de 10,62%. No que se refere ao caráter de atendimento, a taxa de mortalidade nas internações de urgência foi de 13,45%, enquanto nas eletivas foi de 4,46%. Acerca da idade, a taxa aumentou a partir dos 5 anos, sendo a maior na faixa etária de 80 anos ou mais (26,26%), seguida por 70-79 anos (20,31%), 60 a 69 anos (16,47%), 50 a 59 anos (13,63%), 40 a 49 anos (12,09%) e 30 a 39 anos (11,03%). Crianças de 1 a 4 anos apresentaram 2,39%, enquanto as menores de um ano registraram 5,01%.
ConclusãoEste estudo revela que, apesar dos avanços no tratamento do HIV/AIDS, a taxa de mortalidade no Brasil ainda é significativa. A prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento devem ser priorizados, especialmente entre grupos mais afetados, como homens, pessoas de raça indígena e idosos, com destaque para a macrorregião Norte. Essas medidas são essenciais para controlar a epidemia e reduzir ainda mais a mortalidade relacionada ao HIV/AIDS.