Journal Information
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Full text access
ESPOROTRICOSE: UMA MICOSE EM EXPANSÃO NO CEARÁ
Visits
703
Lisandra Serra Damascenoc,
Corresponding author
lisandra.damasceno@ufc.br

Corresponding author.
, Antônio Mauro Barros de Almeida Juniorc, Luis Arthur Brasil Gadelha Fariasa, Jacó Ricarte Lima de Mesquitaa, Marcos de Abreu Almeidab, Rodrigo de Almeida Paesb, Rosely Maria Zancopé-Oliveirab
a Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, Brasil
b Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Universidade Federal do Ceará; Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

More info
Introdução/Objetivos

A esporotricose é uma micose subcutânea endêmica, principalmente, no Sul e Sudeste do Brasil. No Ceará, em 2022, foi documentado o primeiro caso autóctone de esporotricose felina. O objetivo deste estudo foi descrever casos de esporotricose humana atendidos em um ambulatório de micoses, no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), localizado em Fortaleza, Ceará.

Metodologia

Trata-se de um estudo de corte transversal, onde foram incluídos todos os pacientes com diagnóstico de esporotricose humana, no período de 2022‒2023.

Resultados

No período do estudo, cinco pacientes receberam o diagnóstico de esporotricose. Três indivíduos eram do sexo masculino e dois do sexo feminino. A idade variou de 17‒48 anos. Os casos foram procedentes dos municípios de Iracema (n=2), Fortaleza (n=2) e Porteiras (n=1). Um paciente era funcionário de uma clínica veterinária e desenvolveu a infecção após arranhadura por animal doente durante procedimento técnico. Todos os pacientes relataram história de arranhadura ou mordedura por felino doente, e os sintomas iniciaram 30 ou mais dias após evento com o animal. As principais regiões acometidas foram quirodáctilos (n=2), antebraço/punho (n=2) e região cervical (n=1). As lesões desenvolvidas foram placas hiperemiadas com crostas (n=3) e lesão ulcerada (n=2). As formas clínicas apresentadas foram linfocutânea (n=4) e cutânea fixa (n=1). Apenas um paciente precisou de internamento devido apresentar infecção secundária bacteriana na lesão. Todos os pacientes realizaram sorologia por ensaio imunoenzimático, e quatro tiveram resultado reagente. Quatro pacientes realizaram biópsia da lesão de pele. As principais alterações observadas foram granuloma não caseoso (n=3), infiltrado inflamatório misto (n=2), infiltrado predominantemente linfocitário perivascular (n=2), e espongiose (n=2). Em apenas um paciente foi isolado Sporothrix spp. em amostra de fragmento de pele. A espécie Sporothrix schenkii foi identificada por MALDI-TOF. Todos receberam tratamento com itraconazol, e seguem em acompanhamento no ambulatório de micoses. Três felinos foram eutanasiados e dois, abandonados.

Conclusão

Os casos de esporotricose do interior do Ceará são procedentes de municípios que fazem fronteira com outros estados do Nordeste, onde a micose já é endêmica. Estratégias de vigilância no âmbito da saúde única, bem como a capacitação dos profissionais de saúde para identificação precoce desta doença, devem ser priorizadas.

Palavras-chave:
Esporotricose
Sporothrix spp.
Felino
Full text is only aviable in PDF
Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools