O vírus da Imunodeficiência Humana, HIV, já acometeu cerca de 77 milhões de pessoas em todo mundo e cerca de 36 milhões de pessoas já morreram em decorrência da doença, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o tratamento antirretroviral tem distribuição gratuita em todo território nacional para pessoas que vivem com HIV. Apesar disso, o país ainda apresenta mortalidade elevada. O objetivo deste trabalho foi analisar perfil epidemiológico dos pacientes que foram a óbito devido ao HIV no município de Redenção, sudeste do Pará, no período de 2016 a 2020.
MetodologiaTrata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, de corte transversal. Foram analisados os óbitos que ocorreram no período citado, os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Redenção, e dos prontuários médicos do Serviço de Assistência Especializada (SAE) do município.
ResultadosForam notificados 43 óbitos por HIV no período. A taxa de mortalidade por ano variou de 5,29 a 18,5 por cem mil habitantes, sendo a menor no ano de 2020 (4 óbitos) e a maior no ano de 2019 (14 óbitos). Quanto ao sexo, 60,4% (26) foram do sexo masculino. A média de idade foi de 40,5 anos. Quanto ao tempo entre o diagnóstico e o óbito, 32,5% (14) ocorreram com menos de 30 dias do diagnóstico e 76,7% (33) ocorreram em até 24 meses do diagnóstico. A contagem de linfócitos CD4 era menor que 200 células em 30,2% (13) e 44,2% (19) apresentavam carga viral acima de 50 cópias. Doenças oportunistas foram diagnosticadas em 30,2% (13) e dependência química em 11,6% (5) dos pacientes.
ConclusãoOs óbitos ocorreram principalmente em homens, com predomínio em adultos jovens com baixa contagem de linfócitos CD4, correspondendo a infecção em fase avançada e associada a infecções oportunistas, causando o óbito de aproximadamente 1/3 dos pacientes em menos de 30 dias.