14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA infecção do trato urinário (ITU) possui grande prevalência e atualmente não existem dados de ITU com base populacional no Brasil, a doença não possui fatores de risco distintos por etnicidade. Entretanto, o acesso à serviços de saúde no Brasil ainda é precário aos grupos étnicos e sociais mais vulneráveis. O software da TechTrials, possui uma base de dados nacional com registros de saúde de mais de 170 milhões de pacientes, com documentação de infecções do trato urinário e fatores associados.
ObjetivoAvaliar o registro dados nas documentações de infecção do trato urinário do ponto de vista étnico, também considerando o IDH das regiões com objetivo de em vista de fornecer informações sobre acesso à rede de saúde e documentação e casos.
MétodoAvaliação retrospectiva dos dados do TechTrials de janeiro de 2013 até fevereiro de 2024.
ResultadosNestes 10 anos, foram documentados 1.156.511 pacientes ambulatoriais e 2.777.005 hospitalizações. Com predomínio de registros no sexo feminino com aumento de casos após os 15 anos de idade. Em relação as documentações de casos ambulatoriais nestes 10 anos houve um predomínio de caucasianos 375.867, seguida por registro “em branco” com 300.491, pardos 257.555, “não informados” 115.115, asiáticos 67.033, negros 39.214 e apenas 1.236 indígenas e a maior documentação, proporcional a cada 100.000 habitantes, foi no Mato Grosso do Sul (2575), Santa Catarina (1743) e São Paulo (966) – respectivamente o 9°, 3 ° e 2 ° estados em IDH. Nos registros nosocomiais predominaram pardos 1.073.080, caucasianos 935.515, registro “não informado” 613.499, negros 92.101, asiáticos 51.988 e indígenas com 10.822. A cada 100.000 habitantes, Rondônia foi o estado que mais documentou hospitalizações (2882) seguido por Mato Grosso do Sul (2040) e Acre (1924), sendo, respectivamente o 19 °, 9 ° e 16 ° estados em IDH.
ConclusãoDeve-se considerar que os dados não representam a prevalência, já que não se trata de patologia de notificação obrigatória. Diversos estados têm problemas de documentação e registros hospitalares desproporcionais aos ambulatoriais, há uma disparidade de registros de casos por etnia que pode estar relacionada ao acesso à sistemas de saúde ou a precariedade dos locais de acesso que não realizam registros, estados com melhor IDH tendem a documentar mais casos ambulatoriais e estados com IDH mais baixo, documentaram proporcionalmente mais casos nosocomiais, o que pode representar disparidades na informatização de sistemas de saúde.