14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs infecções da corrente sanguínea (ICS) são infecções de consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse, com ou sem foco primário identificável. O crescimento da incidência de microrganismos multirresistentes resultam no difícil tratamento empírico e direcionado.
ObjetivoAvaliar o impacto das IPCS ocasionadas por Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Enterococcus spp na mortalidade intra-hospitalar, na adesão ao protocolo clínico institucional e o perfil de suscetibilidade dos microrganismos.
MétodoEstudo de coorte retrospectivo com dados clínicos das ICS em unidades de terapia intensiva (UTI) de um hospital terciário de ensino de janeiro de 2018 a dezembro de 2021. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (Plataforma Brasil).
ResultadosForam identificadas 125 ICS. A média da idade foi de 58 anos, o gênero masculino (68/125) foi o predominante e 19% dos pacientes tiveram internação hospitalar no período de 90 dias. O tempo médio de internação nas UTIs foi de 21 (Md:16) dias. O tempo médio entre a admissão nas UTIs e o desenvolvimento das ICS foi de 10 (Md:8; DP:13,32) dias. Das ICS, 14% foram polimicrobianas. Principais agentes identificados foram, Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos (48/55) e a polimixina B (36/55), Acinetobacter baumannii resistente aos carbapenêmicos (26/29) e a polimixina B (11/55), Pseudomonas aeruginosa resistente aos carbapenêmicos (04/09) e a piperacilina-tazobactam (06/09), Staphylococcus aureus sensível a vancomicina (25/25) e Enterococcus spp, sensível a linezolida (19/19). Do tratamento empírico, 73% dos pacientes utilizaram meropenem, 66% vancomicina, 43% polimixina B, 14% fluconazol e utilizaram outros antimicrobianos não indicados pelo protocolo como amicacina (19%), piperacilina-tazobactam (12%), cefalosporinas de 3ª e 4ª geração (11%), oxacilina (8%), sulfametoxazol-trimetoprima (5%), clindamicina (1,6%), claritromicina (0,8%), ertapenem (0,8%). Do tratamento direcionado, 57% permaneceram com o terapia empírica para a direcionada, 44% introduziram novos antimicrobianos na terapia direcionada e 25% foram a óbito antes da adequação da tratamento.
ConclusãoA alta resistência coloca em risco a eficácia e o sucesso do tratamento empírico e direcionado, levando a tratamentos alternativos com custos elevados, impactando diretamente na morbimortalidade e no tempo de internação em UTI.