A infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 e tipo 2 (HTLV- 1/2) pode causar doenças graves como leucemias de células T do adulto e mielopatias. A transmissão vertical ocorre durante o aleitamento materno ou pelo colostro doado em bancos de leite. Até abril de 2022 não existiam programas de triagem ou vigilância sorológica da infecção pelo HTLV 1/2 em gestantes no Brasil, o que aumentava o risco de transmissão vertical. A portaria GM/MS n° 175 incluiu a obrigatoriedade da pesquisa de anticorpos IgG anti HTLV 1/2 durante o pré-natal em gestantes atendidas no nosso país, aumentando assim o roll de doenças investigadas nesse período.

O objetivo deste estudo foi avaliar a presença de anticorpos IgG específicos anti- HTLV 1/2 em amostras de soro de gestantes atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de São Bernardo do Campo, São Paulo, Brasil, no período de outubro a dezembro de 2022, por imunoensaios enzimáticos.

Estudo observacional no qual foram testadas 594 amostras de soro de gestantes residentes no município de São Bernardo do Campo, São Paulo, no período de outubro a dezembro de 2022, que procuraram o Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário FMABC para realizar a sorologia para HTLV 1/2 utilizando imunoensaios enzimáticos (ELISA e Immunoblotting) da empresa Symbiosis®, disponíveis no laboratório.

Foram analisadas 594 amostras de soro de gestantes residentes no município de São Bernardo do Campo que procuraram o laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário FMABC com solicitação médica para pesquisa de anticorpos IgG anti -HTLV 1/2. A média de idade dessas gestantes foi de 27 anos. A pesquisa de anticorpos foi feita utilizando teste ELISA da empresa Symbiosis® e confirmados pelo método Western blotting. Das 594 amostras testadas,apenas 1 amostra foi reagente para anticorpos IgG no ELISA e no W.blotting, o que corresponde a 0,17% de soroprevalência.

Esses resultados sugerem baixa prevalência de infecções por HTLV 1/2 na população, porém o rastreio destes vírus em gestantes em acompanhamento pré-natal é de suma importância, para se evitar a transmissão vertical durante o aleitamento materno ou em bancos de leite.