O ambiente hospitalar é um vasto reservatório de microrganismos patogênicos e oportunistas que podem comprometer a saúde dos pacientes. No que diz respeito a resistência ao antimicrobianos, esta é fruto de mutações e da pressão seletiva antimicrobiana, que favorece o crescimento do microrganismo mesmo na presença do antimicrobiano, impactando na limitação terapêutica, o que compromete a saúde de pessoas infectadas.

Caracterizar o perfil de resistência das pneumonias associadas à assistência em saúde em um Hospital Universitário no Paraná.

Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo de abordagem quantitativa, realizado por meio dos dados fornecidos pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), no período de janeiro de 2023 a janeiro de 2024 sendo coletados através dos prontuários eletrônicos. As variáveis analisadas foram: topografia da infecção, análise de culturas positivas com identificação da espécie microbiana e respectivo perfil de resistência aos antimicrobianos. Os critérios e definições de pneumonia associada à assistência em saúde utilizados nesse estudo foram os mesmos estabelecidos pela ANVISA. A análise dos indicadores foi realizada pelos valores de frequência simples e os dados identificados foram processados em planilhas eletrônicas do programa Microsoft Office Excel® para análise descritiva.

Dos 84 pacientes com diagnóstico de pneumonia associada à assistência em saúde, foi identificado a prevalência dos seguintes agentes infecciosos isolados: Acinetobacter baumannii 28,2%, Klebsiella pneumoniae 23,5%, Pseudomonas aeruginosa 21,2% e Staphylococcus aureus 11,8%. Foram identificados 51 (60,7%) pacientes com as seguintes resistências antimicrobianas: a carbapenêmicos 62,7%, as Polimixinas 11,8%, a múltiplos antimicrobianos, caracterizando as multirresistências 5,9%. Em relação ao setor hospitalar prevaleceram os pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva 40%, Unidade de Internação 25,9% e Pronto-socorro 16,5%, predominantemente do sexo masculino 66,7%.

Este estudo evidenciou uma maior prevalência de resistência aos Carbapenêmicos e prevalência de Acinetobacter baumannii como principal agente etiológico causador da pneumonia associada à assistência em saúde, permitindo uma atuação preventiva sobre o uso correto de antimicrobianos, redução da disseminação de microrganismos resistentes e sistematizando condutas para prevenção de IRAS.