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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-418 - RELATO DE CASO: PANICULITE LOBULAR EM PACIENTE COM RETROVIROSE - HIV RELACIONADO OU ACASO?
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Pedro Stringelli-Brandão, Natália Minaré Ferreira, João Pedro Batista Amaral, João Victor Pires Cunha, Rodrigo Juliano Molina, Rafaella Salvador e Silva
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Doenças de pele e mucosa foram, durante muito tempo, consideradas como manifestações clínicas da AIDS. No entanto, atualmente, sabe-se que elas podem acontecer ao longo da história natural do HIV. Essas alterações dermatológicas não são necessariamente ocasionadas por ação direta de algum agente etiológico infeccioso.

Objetivo

A motivação deste relato é apresentar um caso no qual há alteração dermatológica em paciente HIV positiva apesar do uso regular da TARV e da ausência de infecção oportunista de pele.

Método

Relato de caso.

Resultados

M.C.F.M., 56 anos, sexo feminino, encaminhada à Unidade de Doenças Infecto-Parasitárias do HC-UFTM para investigar vesículas que evoluiam para lesões purpúricas e crostosas iniciadas há 5 anos. Afirma estarem associadas à prurido intenso e febre - esta quando em maior quantidade de lesões - e piora após uso de prednisona. Relata quadro de remissão espontânea por 7 meses, com posterior retorno há 3 meses. De história pregressa, apresentou CA vaginal tratado em 2018 com vulvectomia radical, diagnóstico de HIV em tratamento regular, HAS, Dislipidemia e Hipotireoidismo. Ao exame físico, foram observadas úlceras com bordas mal delimitadas, eritematosas, necrosantes em todo o corpo, com predomínio em membros inferiores e poupando mucosas. A paciente apresentava edema 3+/4+ em membros inferiores e máculas hipercromia em todo o corpo, compatíveis com hipercromia pós inflamatória. Foi internada para realização de biópsia com retirada de fuso de pele da coxa esquerda. Foi diagnosticado, após a microscopia, vasculite necrosante associada a paniculite lobular e septal de etiologia indeterminada.

Conclusão

O diagnóstico de vasculite necrosante e paniculite em uma paciente com HIV ilustra uma confluência diagnóstica complexa. As manifestações dermatológicas atípicas, ausentes de infecções oportunistas evidentes, apontam para uma interação entre um possível quadro inflamatório geral induzido pelo HIV e as consequências imunológicas a longo prazo do tratamento oncológico. A possibilidade de processos autoinflamatórios ou mesmo idiopáticos adiciona uma camada de complexidade, sublinhando a multifatorialidade do quadro clínico. Neste contexto, a biópsia de tecido é fundamental, não apenas para elucidar a patogênese, mas também para orientar a estratégia terapêutica. Assim, faz-se necessário um plano de manejo clínico que se ajuste às revelações histopatológicas e à clínica do paciente, garantindo uma intervenção terapêutica precisa.

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