14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoO vírus da imunodeficiência humana (HIV) caracteriza-se por umainfecção crônica e incurável, no entanto é possível controla-la através dos Antirretrovirais (ARV), os quais atuam impedindo a replicação do vírus, levando ao reestabelecimento do sistema imunológico, proporcionando uma vida de qualidade. Apesar dos benefícios da terapia antirretroviral (TARV), evidencia-se o desafio da não adesão ao tratamento, que pode resultar em resistência aos ARV e falha terapêutica, além de limitar as opções de tratamento.
ObjetivoConhecer o grau de adesão à terapia antirretroviral de pessoas vivendo com HIV/AIDS.
MétodoTrata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada no Ambulatório especializado para atendimento de HIV/Aids em um município de grande porte no norte do Paraná. Para avaliação da adesão à TARV, utilizou-se o instrumento “Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antiretroviral” na versão brasileira. Também foi utilizado um questionário para coletar dados clínicos e sociodemográficos dos participantes, além de dados secundários provenientes do prontuário físico e dos Sistemas de Controle de Exames Laboratoriais e de Controle Logístico de Medicamentos.
ResultadosA amostra foi composta por 102 participantes, em que 50 (49%) apresentaram adesão estrita, 30 (29,4%) adesão boa/suficiente e 22 (21,6%) apresentaram baixa/insuficiente. Houve prevalência do sexo masculino, 57 (54,8%) tinham 40 anos ou mais e a amostra se caracterizou por boa escolaridade. Em relação aos dados clínicos, 87,5% não possuíam resistência aos antirretrovirais, 84,6% apresentaram carga viral indetectável, porém 56 (53,8%) apresentaram dispensação irregular. Não houve associação entre a adesão e as variáveis sociodemográficas. Em relação às variáveis clínicas, apenas a regularidade da dispensação foi estatisticamente significativa (p valor 0,020).
ConclusãoOs resultados apontam a prevalência da adesão estrita e da adesão boa/suficiente à TARV. Porém, ainda são necessárias melhorias nas políticas de saúde, além de maiores empenhos com a colaboração da equipe multiprofissional e das Pessoas Vivendo com HIV/aids, a fim de melhorar a adesão, reduzir a transmissão do HIV e promover a qualidade de vida.